Saiba tudo sobre a proposta de Cavaco
Por Ferreira Fernandes
QUARTA-FEIRA,
10 de julho, pela tarde, havia um governo em Portugal. Havia então duas
opiniões no País, ambas legítimas: era um governo com pernas para
andar, diziam uns, era um governo que urgia que caísse, diziam outros.
Como o governo tinha maioria e não pretendia demitir-se, o governo da
tarde do dia 10 era para se manter. Com um porém: o PR tinha alguns
poderes (e só ele os tinha) que lhe permitiam pôr uns pozinhos na
engrenagem. E nessa noite o PR falou. Podia ter puxado o tapete ao
governo, mas não o fez. Podia ter dado a bênção, e também não o fez. O
que fez foi dizer "hakuna matata", que soa solene e, por ser em
swahili, poucos entenderam. Eu entendi. Mas aquela noite trouxe um
reboliço àquele governo que havia à tarde - um ex-futuro ministro voltou
às cervejas e um promovido teve de voltar ao albergue das
Necessidades...
Hoje é sábado e estamos assim. Voltamos a falar no
próximo sábado, 20, dez dias depois do começo da inquietação, está bem?
Então, quando não houver governo PSD/CDS, com apoio do PS, nem governo
presidenciável, mas, isso sim, o exatíssimo governo que havia na tarde
de 10, eu digo-vos o que disse de importante o PR. Aliás, digo já. Nas
savanas do sopé do Kilimanjaro, os pastores que passam horas em cima de
uma só perna, sem fazer nada, antes de mudar para outra perna, dizem: "Hakuna matata." E depois passam mais horas sem fazer nada. Em português quer dizer: "Eu bem vos preveni."
«DN» de 13 Jul 13 Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
E o ministro pastel de nata? Vai ou não vai embora?
Se for, não se esqueçam de lhe oferecer um salazar para o ajudar a explicar em Vâncover a arte da economia aplicada em pastelaria. E passem-lhe um certificado de competencias equivalentes para o patrão lhe dar mais uns dólares ao fim do mês.
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