6.8.13

O melhor Big Mac é o da Bayer!

Por Ferreira Fernandes
SÓ A LUTA compensa!, como diria o Arménio Carlos da CGTP. Lembram-se do Marreta, o boi das fugas que não queria ir parar ao matadouro? Diziam-no um ingénuo sonhador que não tardaria a ser apanhado... Pois anda a monte há quase um mês e, mais importante, a sua luta já teve repercussão internacional. Ontem, em Londres, aceitaram as suas reivindicações: foi apresentado o primeiro bife-proveta, inteiramente feito em laboratório. Um hambúrguer sintético, ainda carote, 250 mil euros por 140 gramas, ainda sem gosto (porque julgam que escolheram Londres para o lançar?), mas com todo o futuro pela frente. "A realidade pode não ser o melhor dos mundos, mas ainda é o único lugar em que se pode comer um bife decente", dizia Woody Allen, um pobre diabo que vai ter de se apressar se quiser aproveitar as últimas oportunidades para mastigar com gosto.
O admirável mundo novo sentou-se definitivamente à mesa, o chef vai ser substituído pelo "prof" - o pai do bife-proveta, o dr. Mark Post, da Universidade de Maastricht, mais do que o Nobel, sonha com estrelas Michelin - e é de prever que os laboratórios Pfizer comprem o Tony dos Bifes. 
Enfim, Marreta, podes reaparecer! Tenho uma boa e uma má notícia para te dar, qual preferes para começar? A boa? Aí vai: vais ser rebatizado como Spartacus. E a má: tira a ideia das vacas, vão acabar. Para que é que precisamos agora de vacas, se não nos dão bifes e dão cabo do ozono?
«DN» de 6 Ago 13

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1 Comments:

Blogger Agostinho said...

O futuro reservar-nos-à grandes virtualidades.
A falência da teoria da nutrição humana atual dará lugar aos argumentos de massificação alimentar, ditada pela erudição científica que tem no seu âmago a fé da uniformização universal, ao serviço dos interesses económico-financeiros.
A diversificação e a extensão das manadas irão ficar cada vez mais reduzidas; o paradigma será desenvolver uma espécie desprovida de miolos para evitar pandemias do tipo Creutzfeld-Jacob, que tantos prejuízos causou no mundo, com particular incidência na Grã-Bretanha, nas últimas décadas do passado século XX.
Essa espécie animal não será da ordem dos artiodáctilos, será dos primatas; já em grande número nos dias que correm, será alimentada a ração desenvolvida à luz do método descoberto pelo dr. Mark Post, da Universidade de Maastricht, produzida e patenteada pelos gigantes da indústria farmacêutica em sofisticadas centrais laboratoriais em que a força de trabalho será de autómatos. Diga-se de passagem que esta oportunidade, como diria o dr. Passos Coelho, será a salvação de grandes conglomerados como a Bayer, a Pfizer e a Novartis que estavam, desde há algum tempo, a ser suplantados pelos homólogos da engenharia eletrónica tais como a Simens, Intel, Samsung na lezíria da saúde.
Mas não se pense que o bifinho genuíno irá acabar: ele ficará reservado a menos de 1% da população mundial que o degustará em luxuosas catedrais dedicadas ao pecado da gula, locais onde a supra-elite irá salivar.

6 de agosto de 2013 às 13:08  

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