Perguntas abertas a Manuel Maria Carrilho
Por Ferreira Fernandes
Se me mandassem entrevistar Manuel Maria Carrilho eu ia. O escândalo agora protagonizado por Carrilho é assunto para ser falado. Mais: deve ser falado. Há é que perceber qual é o assunto, qual o escândalo. Eu julgo saber qual é, tenho lido, tenho visto as televisões. Então, eu chegava a Carrilho e perguntava-lhe o que se segue.
Como é que o senhor explica dizer aos jornais que a sua mulher toma cinquenta comprimidos de medicamentos? E dizer, sempre a jornais e sem autorização dela, que ela se encheu de silicone? Que, aos 40 anos, ela queria competir com meninas de 18? Que ela cai de bêbeda? Que ela se mete na cozinha com o pai - a quem o senhor chama de alcoólico - e bebem seis garrafas? Que a mãe dela "é muito fraca e não tem estrutura psíquica"? E como se permite o senhor sugerir, de forma ligeira, que o padrasto a tentava violar? O senhor é ou não responsável (embora não único, neste caso) por uma jornalista ter lançado ontem à sua mulher e na presença do vosso filho de 9 atentos anos: "O seu marido diz que o seu padrasto a tentava violar..."?
Essas eram algumas perguntas que eu poria a Carrilho. Todas elas saídas do espanto: como é possível?! O divórcio deles não me interessa, está em marcha e ponto. Agora, aquelas palavras ditas a jornais por Carrilho (não o que elas dizem, mas terem sido ditas) são o escândalo. À jornalista atrás referida, a voz quebrou-se a meio, de vergonha. A voz de Carrilho vai continuar sem ela?
«DN» de 29 Out 13 Etiquetas: autor convidado, F.F
6 Comments:
Lembro-me do comentário de Carmona Rodrigues acerca de Carrilho quando este se recusou a cumprimentá-lo, na TV.
Disse apenas 2 palavras. «Certeiras» - pensei eu na altura. E volto a pensá-lo agora.
Tão bela e tão jovem que ela é!
Tão erudito e distinto que ele é!
Pechibeques em feira de vaidades!
E nós alimentamos o folhetim.
Deplorável, esta novela mexicana, coisa que nunca vi, aliás.
já me incomoda esta moda de bater nos homens em defesa das curvas, de forma descabelada,intrusiva e clubística.
sobre o convento só pode falar quem está lá dentro... e nem todos ! dinheiro, egos, traições,ambições constroem toda uma narrativa...
há mulheres pérfidas ,manobristas, insidiosas... como homens violentos, maltratantes,
assassinos!
quem se substitui aos tribunais também se coloca na foto de familia
Desta vez Ferreira Fernandes esteve mal. Opinar e tomar o partido de uma destas partes em conflito é "meter a colher" e não ter o direito de o fazer. Ambos se excederam e expuseram, tornaram-se produtos de consumo, descartáveis e isso, sim, acho lamentável. Ser ele filósofo ou trolha, ser ela apresentadora ou manicure, não interessa. O desamor consegue, por vezes, arrastar as vítimas para o nível mais baixo da dignidade. Os que estão "sóbrios" têm o dever de respeitar e compreender os comportamentos de quem, temporária ou definitivamente, não está.
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