Já me perdi, existe a Liliane Marise?
Por Ferreira Fernandes
O sargento Nicholas Brody é apanhado pela Al-Qaeda, fica prisioneiro oito anos, é resgatado e volta como herói à América. Uma agente da CIA, a loira e bipolar Carrie Mathison, desconfia de que ele se passou para os islâmicos (o que é verdade), mas apaixona-se por ele: é a série televisiva Homeland.
Conhecem aqueles programas malucos que precisam do aviso "Não façam isso em casa"? As séries também deveriam prevenir: "Ei, isto é ficção!" Não, apesar de parecer que morder o pescoço da amada a põe em transe (como garante a maioria das séries da nossa televisão por cabo), isso é mentira. Cravar os caninos na jugular da namorada é de mau gosto e, até, ilegal. Também Homeland é ficção, novela, fantasia, hoje na televisão como ontem nos livros de Eça: não, não existiu o Basílio que saltou para a prima.
Infelizmente a confusão é comum e não só por cá. Em Paris há uma loira, não sei se bipolar, Marine Le Pen, que mistura os noticiários e as séries. Esta semana, foram resgatados quatro franceses que passaram três anos sequestrados no Níger pelos islâmicos. Chegaram a França escanzelados e foram vistos nos noticiários. Mas Marine viu outra coisa: tinham barba e estavam vestidos à muçulmanos. "Têm de se explicar...", disse ela, desconfiada, numa entrevista. Diz-se que talvez Marine Le Pen venha, um dia, a mandar em França. Se assim for, será prudente tirar-lhe da mão o comando do zapping.
"DN" de 2 Nov 13Etiquetas: autor convidado, F.F
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