Felizmente temos o bom olho de Angela
Por Ferreira Fernandes
Nunca agradeceremos bastante por na antimetropia dos chanceleres alemães termos ficado com o mais conveniente olho virado para nós! Como sabemos, na antimetropia um olho é míope e o outro é hipermetrope. Grosso modo, o primeiro vê mal ao perto e o segundo vê demasiado bem ao longe. Felizmente, repito, calhou-nos o olho míope de Angela Merkel que nos vê de forma difusa e relativamente desinteressada. Por isso só temos de comprar uns Audi para dar prémios e mais carruagens Siemens do que precisamos, temos juros indecentes, obrigação de exportar de borla engenheiros que formámos e uma economia arrasada, só. Poderia ter sido bem pior. O outro olho de Angela, como o dos seus antecessores, está virado para Leste e não para nós. A hipermetropia que olhou e olha para a ex-Jugoslávia e, agora, para a já quase ex-Ucrânia, apesar de parecer trazer um benefício, ver bem, é uma doença. O esforço para focar leva a dores de cabeça, ardor e lágrimas. Mas graças à sua tão celebrada indústria de lentes (quem não conhece as Zeiss?), esses malefícios, em vez de atingirem os alemães do olho hipermetrope, dão cabo daquilo para onde ele olha. Não arrasam só a economia, estilhaçam os países. Graças a Odin e outros deuses germânicos, calhou-nos o olho míope. Danke schön! Fosse o outro olho, já teria havido umas milícias lusas a atacar Olivença, o Porto a cortar com Lisboa e a unir-se a Santiago de Compostela, e a Península Ibérica a ferro e fogo.
«DN» de 15 Abr 14 Etiquetas: autor convidado, F.F
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