15.7.14

E ainda falam de falta de supervisão

Por Ferreira Fernandes 
A belga Axelle Despiegelaere - apesar do nome, bela - assistia no Maracanã a um jogo. Às câmaras agradou a cara laroca, olhos verdes, boca marota e cabelos louros caindo do boné com chifres do diabo (à equipa belga chamam Os Diabos Vermelhos) e Axele apareceu nos ecrãs do estádio, e daí para o mundo. A L'Oréal propôs-lhe um contrato universal para modelo dos seus produtos de beleza. Até aqui, a descoberta de uma beleza, é só um processo antigo. Para não sair da nacionalidade, a belga e desconhecida Audrey Hepburn entrou num hotel de Paris, a escritora Colette encantou-se com a elegância e assim nasceu um ícone do cinema. Olheiros sempre houve mas a modernidade permite que as futuras vedetas, mesmo no fim do mundo, nos entrem agora pelos olhos dentro. Adiante, já famosa e com contrato, Axelle, de 17 anos, decidiu expor-se. Antigamente seria uma carta às amiguinhas. Hoje, legendas em fotos, no Facebook. Nas fotos de Axelle, sempre a boca marota mas também uma carabina de caça grossa, ela gosta de atirar em rinocerontes e onças. Escândalo no Facebook e rasgar de contrato pela L'Oréal. Por favor poupem-me comentários a malefícios da caça, isso é no consultório ao lado, só trago para aqui a contratação e queda da Axelle, numa semana, para lembrar que nos estão à coca, para o bem e para o mal. O patrocínio da L'Oréal estava errado, certo seria o de uma qualquer marca de câmaras de vigilância.
«DN» de 15 Jul 14

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