Luz - Fast food numa rua de Beijing
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Eram nove da noite. Fomos passear a pé, ver o movimento, a agitação era grande e o clima afável. Numa larga e moderna avenida de Beijing, onde se situam pelo menos dez hotéis de luxo e de cinco estrelas, assim como várias dezenas de lojas de grande luxo (Cartier, Prada, Louis Vuitton, Versace, assim como as populares Zara e Beneton), aparece, de repente, uma longa fila de stands de comida para levar ou comer ali, comes e bebes, “fast food”… Eram talvez duzentos stands, todos iguais, com número e nome dos responsáveis, com pessoal vestido da mesma maneira, com os mesmos bonés e aventais! Stands iguais, mas especializados nos seus petiscos. Provei umas deliciosas espetadas de fruta ao natural, outras com fruta mergulhada em açúcar caramelizado: óptimas! Quando comecei a ver comidas mais sólidas e espetadas mais problemáticas, percebi que estávamos em mundo diferente. Além da fruta, as espetadas podiam ser de pedaços de carne (talvez de porco) ou de inofensivos camarões e similares, mas também de ouriços, baratas gordas ou afins, cobras, lagartas, centopeias, aranhas e escorpiões. Dei “hossanas” ao relativismo cultural gastronómico, elogiei a diferença e a tolerância, lembrei-me dos nossos passarinhos fritos, dos caracóis, das pernas de rãs, das tripas e do arroz de cabidela… Mas virei as costas àquela bicharada toda e fui comer massa chinesa num restaurante vulgar e sem graça! (2014)
Etiquetas: AMB
1 Comments:
EM PEQUIM, MACAU, XANGAI, XIAN...CONHEÇO
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