Donald Trump e as eleições nos EUA
Por C. Barroco Esperança
As eleições no país mais poderoso do mundo afetam e inquietam todos os países. É natural, e é pena que, influindo na vida de todos, só os americanos possam votar. O presidente eleito tem poder para fazer a guerra ou a paz e, mais moderadamente, para combater ou estimular a poluição, o aquecimento global e o terrorismo. É, aliás, o guardião do botão que pode detonar o arsenal nuclear capaz de destruir a vida na Terra, várias vezes, bastando uma.
O Partido Republicano, fundado por abolicionistas, teve em Abraham Lincoln (1861-1865) o primeiro e grande presidente, cuja administração bem-sucedida marcou o fim da escravatura, e em George W. Bush (2001-2009), deplorável invasor do Iraque, o último.
A decadência ética iniciou-se com Reagan, acentuou-se com George W. Bush e atingiu o auge com o atual vencedor da primeira volta das eleições presidenciais, Donald Trump, um político histriónico, execrável e boçal. O Partido Republicano é hoje dominado pela Direita Religiosa e os Conservadores sociais, marcadamente retrógrados, que neutralizaram progressivamente a influência dos Moderados (mais alheios às questões religiosas, defensores do fim da pena de morte, do fim do porte legal de armas, da legalização da marijuana, de pesquisas em células-tronco e de alguns programas sociais) e dos Liberais, cuja influência benéfica se verifica ainda, particularmente no estado de Nova York.
O Partido Republicano americano deixou de ser um partido conservador, fiel à sua matriz, para se tornar uma perigosa alternativa ao Partido Democrático que, pelos padrões europeus, é um mero partido conservador de rosto humano.
O Partido Republicano vai certamente nomear, para disputar as eleições, Donald Trump, que derrotou o evangélico ultraconservador, Ted Cruz, ainda mais assustador. Abre caminho para a vitória da Sr.ª Clinton, o mal menor no país ameaçado do pior. Mas não basta a vitória folgada da candidata do Partido Democrático, é preciso que seja devastadora para obrigar o partido de Trump, Cruz e Sr.ª Palin a refletir sobre o caminho assustador e suicida que tem prosseguido.
Os EUA e o Mundo precisam de um módico de tranquilidade quanto à personalidade que lhes pode caber em sorte. Bastam os interesses económicos e financeiros para transformarem os presidentes equilibrados em perigosos belicistas.
Cabe uma referência elogiosa ao velho democrata, Bernie Sanders, um surpreendente rival de Hillary Clinton, o social-democrata de esquerda que despertou a juventude americana e para o qual o aparelho partidário não está preparado. Infelizmente.
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7 Comments:
Execrável é a forma com que o possuidor das virtudes fala de pessoas, cá e lá fora, que lhe afectam o cérebro.
Descanse que o TRUMP muda como mudam todos.Vê tudo esteriotipado, será doença, isso pega-se?
Sinto-me mais acompanhada, já há alguém pela blogosfera que gosta de Bernie Sanders. Gostei qb de Clinton masculino, não me perco de amores pela versão feminina. É do mal o menos. Porque, na verdade, os EUA podem e afectam demais o resto do mundo. Esperemos que haja um retorno de juizo na cabeça daquela gente.
Penso que execrável é o discurso de Trump. Qualquer sensato e democrata cidadão do mundo fica apreensivo com o discurso delirante desse homem. Vivemos tempos difíceis, e bem precisamos de lideres equilibrados e bem preparados,principalmente à frente de uma nação com enorme preponderância nas grandes questões mundiais.
Ou me engano - e que bom seria que me enganasse! - ou vamos ter (muitas) saudades de Obama.
Eu já tenho.
Eu também, José Batista.
Este comentário foi removido pelo autor.
Eu também
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