Há 23 anos – 10 de maio de 1994
Por C. Barroco Esperança
Nelson Mandela tornou-se presidente da África do Sul no dia 10 de maio de 1994. Foi o primeiro negro, na história do país, a assumir o cargo. Mandela, um pacifista que fazia campanhas por uma sociedade democrática, mais livre e pluriétnica, é um exemplo ético para África e para o Mundo.
O Prémio Nobel da Paz de 1933, que recebeu com De Klerk, honrou a distinção com a dignidade com que exerceu o cargo e o desprendimento com que o deixou. A grandeza moral de quem perdoou aos carcereiros e aos países que foram cúmplices são a lição de um homem de exceção e patriota exemplar.
Em 1987, o PM português, Aníbal Cavaco Silva, mandou votar contra uma resolução da ONU que exigia a libertação incondicional de Mandela, apenas ao lado dos EUA, de Reagan, e do Reino Unido, de Thatcher, numa votação que registou os 3 votos contra, 129 a favor e 23 abstenções. Foi a pequenez do mordomo na raiva comum ao Homem.
O líder da resistência não-violenta da juventude foi réu em um julgamento ignóbil, por traição, e, foragido, foi capturado pelo governo racista, em 1962, com apoio da CIA. E o advogado dos direitos humanos entrou num cárcere do regime de segregação racial.
O símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid dirigiu o país durante cinco anos, até 16 de junho de 1999, e retirou-se do poder. num gesto de rara grandeza, no continente onde o poder soe transformar os libertadores em vis ditadores.
Em África, o continente onde o nepotismo, a cleptomania e o tribalismo o condenam ao subdesenvolvimento, à fome e à tirania, Mandela é hoje a memória de um gigante no pensamento e na ação, o homem que aliou a coragem da luta não violenta à ousadia de resistir ao ajuste de contas pelo sofrimento de 27 anos de prisão.
Há 23 anos brilhou uma estrela no firmamento negro.
Ponte Europa / SorumbáticoEtiquetas: CBE
7 Comments:
Mandela foi um grande Homem.Com tanto òdio a Cavaco duvido da sua verdade.
Com tanta beleza esperimente você branco entrar emcertos bairros de Cape Town,Durban,Joanesbourg e se sair com vida venha cá contar.Ok?
Mandela foi um homem de excepção ! O bem estar e o progresso da sua pátria estiveram sempre para além do seu sofrimento individual,para lá dos interesses partidários.Uma figura exemplar na políticaUma vida sobre a qual é importante reflectir...Quem sabe aprendessemos, a não nos deixar cegar,pelos nossos pequenos rancores políticos,o velho braço de ferro esquerda direita,esquecendo por vezes o bem estar colectivo,perdidos,que ficamos nesta pequena luta...
OPJJ. A verdade foi que a África do Sul fez uma transição pacífica de um desumano regime de apartheid para um regime multirracial onde todos os cidadãos têm os mesmos direitos independentemente da cor da pele...Graças a Mandela e também a Klerk...Uma coisa à primeira vista impensável...Infelizmente,a violência existe,por muitas outras razões Talvez se um negro rico entrasse nesses mesmos suburbios lhe acontecesse a mesma coisa..,
Ilha da Lua. Que ingenuidade! Nem cá ditos civilizados temos os mesmos direitos, até nos empregos e feriados se vê. Em África cada etnia tem o seu território, por isso nem entre eles se toleram. Se a África do Sul é o país da África mais desenvolvido certamente não se deve a Mandela mas sim à colonização por Ocidentais. Mandela apenas temperou.Mas foi o Branco que tolerou e não o Negro.A perseguição ao branco é inquestionável.Creia que mesmo com todos os males, adoro a África.
Caro CBE
O texto está muito bem, mas tem ali uma gralha: o prémio Nobel de Mandela, não foi em 1933...
E a frase final, quase me apetece sugerir que fosse alterada para: "Desde há 23 anos passou a brilhar mais uma estrela no firmamento da humanidade." Ou qualquer coisa assim...
Abraço.
JB
Completamente de acordo com a sugestão do JB para alteração da frase final
OPJJ. Conheço,bem,alguns países africanos No caso da África do Sul,depois do apartheid ,quem tolerou todas as injustiças,e,as tentou ultrapassar, foram os negros... Quanto às perseguições,quem começou primeiro?Pode crer,que me custa,em pleno século XXI ,ainda existirem problemas raciais
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