A sagacidade de um analista ou a desfaçatez do moço de recados?
Por C. Barroco Esperança
A deterioração da minha relação com os canais televisivos nacionais faz-me perder bons programas e informação útil, mas facilita a sanidade e equilíbrio emocional que a idade aconselha.
Prefiro ler jornais e notícias online, certo de que saberei o que comentadores avençados debitam, em especial Marques Mendes, na síntese suculenta de encomendas e intrigas.
Na última homilia, além de esclarecer o discurso do 25 de Abril do PR, tarefa em que é o único com alvará de Belém, referiu o caso do ex-ministro que continuaria a receber, no Governo, o ordenado da empresa em que trabalhara, o BES. É tão grave a corrupção, que escusava explicações, e excedeu-se o propagandista, “porque o seu comportamento, a ser verdade, é um duro golpe na credibilidade de toda a classe política”, não se vendo em que medida a gravíssima conduta referida possa afetar a reputação do PR, PM e do próprio Mendes, por exemplo, ou de Rio, Jerónimo e Catarina, todos da classe política.
Não se indigna MM mais do que qualquer cidadão honrado com a gravidade política e ética da alegada conduta de Manuel Pinho, mas a afirmação, “O mais grave, porém, é o pacto de silêncio entre os partidos” é surpreendente, por servir apenas para atacar todos os partidos, incluindo o seu, talvez por ser Rui Rio a liderá-lo.
Marques Mendes, insinua, intriga e mente nas razões que inventa para cada partido com assento parlamentar. O ex-empregado do Sr. Coimbra, ex-vice-presidente do PSD, dono do Labesfal, onde se ignoram as funções que aí exerceu, despachou o CDS como “um exemplo de demagogia à solta”, e, como é hábito, atacou a esquerda, depois de amarrar o PS ao caso em apreço e ao de Sócrates.
A afirmação “Há um pacto de silêncio dos partidos sobre Manuel Pinho” é falsa. Sucede pior com o ministro dos vistos Gold, o vice-PM dos submarinos, Miguel Relvas com os 6 milhões de euros dados à Tecnoforma, de Passos Coelho, cuja devolução, por burla, a UE exigiu, e a quem a PGR, contra o que admitiu, perante as provas da UE, não reabriu o processo, quiçá por distração. E que dizer do manto de silêncio sobre os bancos?
Essa afirmação podia ser feita, e devia, em relação às ações da SLN/BPN, que um ex-PM comprou e vendeu com substanciais mais-valias, e, mais recentemente, aos casos de Agostinho Branquinho, L. Filipe Meneses, Hermínio Loureiro, Virgílio Macedo, Marco António e Valentim Loureiro, alegados autores do desvio de muitos milhões de euros, em municípios do PSD, revelados na revista Visão e ignorados pela PGR.
Marques Mendes só recebe o Correio da Manhã e o Observador, a PGR não necessita, e nenhum deles leu a Visão n.º 1278, de 31/8 a 6/9/2017, o primeiro para comentar e a segunda para mandar investigar.
Etiquetas: CBE
3 Comments:
Como é fácil blogar e difamar sem consequências. De vez em quando acorda com o Ex-PM.Diz e diz muito bem, o Ex-PM comprou e vendeu. Era o mercado a funcionar. Posso-lhe garantir, se eu tivesse dinheiro também tinha ganho um bom pé de meia.Bastava ir para Entre-Campos onde se reuniam umas centenas de compradores e vendedores.Era muito fácil!
Após o Ex-PM muitos compraram ações mais caras e venderam-nas com liquidez. Olhe que o dito também perdeu nas ações do TOTTA!
Nunca conheci o dito EX mas acho desonesto vir práqui enlamear o nome de alguém que virá na História Portuguesa.Não vale tudo a troco de ideologias perdedoras - que o povo não acredita - que somadas dão 19% e nunca virão a ganhar eleições.
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"Vemos, ouvimos e lemos, não podemos, ignorar..."
Por isso, sabemos, que a corrupção atravessa todos os sectores da sociedade, independentemente,do género, da raça, da classe social, da filiação partidária. Por isso, não se pode partidarizar a corrupção. Muitos processos estão a decorrer na justiça, embora, tenham sido ofuscados pelos últimos escândalos, que abalaram recentemente o país, por envolverem um ex-PM, um ministro e o CEO, do que foi o maior banco português. O que mais espanta, foi a falta de escrutínio das equipas que rodearam as pessoas em causa. A corrupção parece um fenómeno endémico. Se olharmos para trás, e, nos lembrarmos do tempo das nacionalizações, e o das consequentes privatizações, talvez tivéssemos, algumas surpresas.
No entanto, é uma esperança, saber, que a justiça está funcionar de acordo com o estado de direito. Também, seria uma esperança saber, que todos os partidos políticos seriam mais exigentes a nível da ética.
Esperemos, pois, que a justiça actue com celeridade,que o parlamento legisle a favor da transparência, que acabe a promiscuidade entre o poder económico e o poder político , que as famílias e as escolas preparem as crianças e os jovens para a verdadeira cidadania, afim de que a nossa democracia se torne mais forte e consiga erradicar este flagelo.
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