AS INCONGRUENTES DECISÕES DOS MENINOS CAPRICHOSOS
Por Joaquim
Letria
Eu só falo
quando devo, por isso calei o bico sobre o Coutinho depois duma longa e
apetitosa série de artigos que muito gosto me deu, ao escrevê-los e vê-los aqui
publicados.
Comecei ainda
no ano passado, pois a ameaça feia e inaceitável de expulsar os moradores à
força, até ao fim do ano de 2017, não merecia que alguém se calasse. Mas veio o
fim do ano e a Vianapolis e a Câmara Municipal meteram a viola no saco. Para
salvar a face disseram que a expropriação, essa incongruente decisão de meninos
caprichosos, seria efectivada em Março.
A verdade é
que já vamos em Maio e nada. Soube que os meus queridos amigos Manuela e
António Ramalho Eanes tinham escrito uma elegante missiva ao Presidente da
Câmara e outra à Administração da Vianapolis, intercedendo a favor dos
moradores do Coutinho, carta essa que ignoro se obteve resposta.
Entretanto, ouvi
na Rádio e li nos jornais que o arquitecto Fernando Maia Pinto, professor da
Escola Superior de Arquitectura do Porto, par de arquitectos ilustres que
honram Portugal lá fora, homem capaz e ponderado, não só teceu uma série de
considerandos de competência e bom senso, mas também se dignou anunciar que vai
pedir a qualificação de interesse público para o edifício Coutinho.
Abril já passou,
com as suas águas mil, estamos em Maio, comemorámos o Dia do Trabalhador, que
sempre me traz à memória Sacco e Vanzetti, que nem os sindicalistas portugueses
sabem quem foram, segundo um inquérito rápido que eu próprio
fiz numa manif ad hoc onde interroguei a vox populi . O único
manifestante que me disse que sabia quem eram, respondeu-me que era uma dupla
que dá um concerto em Agosto no Altice Arena.
Com Maio a
galopar, já esta semana houve quem lembrasse a derrota do nazismo, ou seja a
entrada das tropas soviéticas em Berlim, que ocorreu a 8 de Maio; o Futebol
Clube do Porto já se sagrou campeão, qualquer dia chegamos ao período de
férias, caminhamos para o Outono, e nada! Nem Coutinho, nem Vianapolis, nada de
nada!
Preocupa-me
também a próxima chegada da “saison” oficial dos incêndios, porque ainda são
capazes de transferir pessoal dos polis para a Protecção Civil e vice-versa,
dada a similitude e origens dos “boys & girls” que povoam os dois
organismos.
Confidenciaram-me
que para além de deitar o Coutinho abaixo, a Vianapolis não tem mais nada que
fazer em Viana do Castelo, o que julgo poder tratar-se dum caso de péssima
programação, senão mesmo de gestão danosa. Mas se as cabecinhas a que estamos
entregues e seus bufetes de advogados foram capazes de irresponsavelmente
estoirar com os Estaleiros de Viana do Castelo, que eram uma jóia da coroa, não
me custa pensar que com a transparência, inteligência e jogo de interesses das
suas decisões mandem outra vez deitar o Coutinho abaixo só para dar trabalho à
Vianapolis. E lá vamos nós em mais uma volta do carrocel.
Ou continuamos a
sustentar uma empresa ao Deus dará que não tem nada de positivo a fazer?!
Publicado no
Minho Digital
Etiquetas: JL
2 Comments:
Ora, que boas notícias, por enquanto, Caro Joaquim Letria.
Quanto a essa coisa da «Vianapolis», se não serve para nada, não será possível apelar(mos) à sua erradicação?
Ó gente do Minho, nºao poupem na exigência.
Estamos na Primavera,já muito perto do Verão e das festas populares...”e,lá vamos nós em mais uma volta do carrocel”
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