28.3.19

DOUTOR HONORIS CAUSA

Por A. M. Galopim de Carvalho
Doctor honoris causa (“Doutor por causa de honra", em português) é uma expressão latina usada como título honorífico concedido pelas universidades a mulheres e homens, não necessariamente detentores de uma graduação académica, mas que se destacaram em áreas do conhecimento, da paz, da filantropia, ou outras, a ponto de lhes ser concedido esse grau, o que lhes confere posição e tratamento idêntico aos que obtiveram o doutoramento pela forma convencional.
No caso dos distinguidos serem elementos da comunidade científica, podemos distinguir as duas situações mais comuns. Ou o título se reporta a uma ou mais contribuições da pessoa visada, tidas por suficientemente relevantes, conseguidas durante a sua vida activa, tenha ela a idade que tiver, e aí temos os grandes nomes da física, da química ou da medicina, ou distingue alguém que, no decurso de uma longa vida de dedicado e intenso trabalho, sério e honrado, é tido por merecedor dessa honraria, como foi, que eu me lembre, o caso do historiador Túlio Espanca, que recebeu este título na Universidade de Évora, em 1990. É uma situação que, com o devido respeito, comparo aqueles galardões de final de carreira no teatro, no cinema, na canção ou outros.
Para quem não sabe, a Universidade de Évora foi criada em 1559, por ordem do Cardeal-Rei, D. Henrique, a partir do Colégio de Espírito Santo, sob tutela da Companhia de Jesus. Dois séculos depois, aquando da expulsão dos jesuítas, em 1759, o Marquês de Pombal ordenou o seu encerramento. Oito décadas mais tarde, mais precisamente, em 1841, na sequência dos valores culturais emergentes da Revolução Liberal, foi criado o Liceu Nacional de Évora, tendo mudado de nome para Liceu Nacional André de Gouveiaem homenagem ao insigne humanistado século XVI,e assim se manteve até 1973, data em que voltou a ser Universidade, era então Ministro da tutela o Prof. Veiga Simão, quanto a mim, o mais sábio e melhor ministro da educação de todos os que conheci.

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