9.12.22

A nostalgia do passado e a confiança no futuro

Por Joaquim Letria

A redescoberta da ciência permitiu-nos ver com outros olhos a realidade que nos rodeia e traçar o caminho da renovação do pensamento.

A redescoberta da Antiguidade nunca nos fechou os olhos, como a prodigiosa criação das artes plásticas ficou para o provar, ao mesmo tempo que o sentido criador da palavra nos levou a estudar e a desenvolver, conhecendo novas línguas que forjaram uma literatura de imensa eficácia criadora, sem que por isso traíssemos a nossa devoção pelas línguas antigas, designadamente pelo latim e pelo grego.

O desenvolvimento do cisma religioso desencadeia novos tempos de guerras e de preocupações que nos arrastou para a modernidade que serviu de ante câmara ao mundo dos nossos últimos séculos.

É possível que o sonho dos humanistas contivesse erros fundamentais e fosse irrealizável, como a História o demonstrou. Mas tal não impede que se sinta um inenarrável prazer nas incursões que pelas passagens que por elas possamos fazer, e que nos façam acreditar em algo de harmonioso, inteligente, sensível e pleno, que  possamos sentir neste período o qual não podemos permitir que nos ponha a olhar para a História com nostalgia pelo passado em vez de com confiança no futuro.

Publicado no Minho Digital

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