21.3.05

Horas mortas

O cemitério do Alto de São João, em Lisboa, tem um refeitório novo, num edifício pronto a inaugurar que custou centenas de milhares de contos. Vai ter igualmente balneários, vestiários e...um bar. Deverão seguir a senda dos melhoramentos os cemitérios dos Prazeres, em Lisboa e, no Porto, o do Prado do Repouso.Com nomes tão sugestivos, seria uma pena que estes não acompanhassem o progresso do grande e altaneiro cemitério oriental da capital.
Poucos serão os que já esqueceram o modelar serviço fúnebre que os cemitérios nos ofereciam, com coveiros de barriga fora da camisa e esta fora das calças, a discutirem com os agentes funerários que tinham ainda mais pressa do que os padres que encomendam as almas ao criador.
Agora, para se ser coveiro é quase preciso um curso superior. Natural, portanto, que se criem condições para quem tem tantas horas mortas e o dever de confortar algumas viúvas que se mostrem mais inconsoláveis, sem descolarem dos gerânios. Ao fim e ao cabo, os nossos cemitérios sempre são mais frequentados do que a maior parte dos nossos novos estádios...

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Boa!

Um abraço
do
C

23 de março de 2005 às 12:43  

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