Os melhores da Europa
Em Portugal pouco muda e nada acontece. Não é de hoje. Basta lermos as gordas numa hemeroteca para descobrirmos que assim sucede vai para três séculos.
Por muito que nos ofereçam para nos distrairmos, por mais barulho que façam a propósito de nada, por mais nomes novos que nos caiam, desembrulhados de velhos escândalos, aqui vamos, percorrendo as ruas da amargura da apagada e vil tristeza, atribuindo os nossos males aos jornalistas, aos procuradores, aos políticos, às putas e aos polícias.
Somos um pequeno país, mal frequentado, uma sociedade cansada e perplexa, um Estado atribulado de que uns se servem, outros enganam, outros ainda ordenam e, por fim, os restantes utilizam, como as mulheres friorentas fazem com os cobertores, deixando ao fresco o rabo dos parceiros de cama, sejam estes fixos ou eventuais.
Todos querem ter razão, impor a sua como a única possível, sem que importem muito outros valores como a liberdade, o progresso e a cultura. Quando não temos problemas, inventamo-los, e nisto não há que pôr em causa a nossa produtividade. Nesta matéria somos, por certo, os melhores da Europa.
Por muito que nos ofereçam para nos distrairmos, por mais barulho que façam a propósito de nada, por mais nomes novos que nos caiam, desembrulhados de velhos escândalos, aqui vamos, percorrendo as ruas da amargura da apagada e vil tristeza, atribuindo os nossos males aos jornalistas, aos procuradores, aos políticos, às putas e aos polícias.
Somos um pequeno país, mal frequentado, uma sociedade cansada e perplexa, um Estado atribulado de que uns se servem, outros enganam, outros ainda ordenam e, por fim, os restantes utilizam, como as mulheres friorentas fazem com os cobertores, deixando ao fresco o rabo dos parceiros de cama, sejam estes fixos ou eventuais.
Todos querem ter razão, impor a sua como a única possível, sem que importem muito outros valores como a liberdade, o progresso e a cultura. Quando não temos problemas, inventamo-los, e nisto não há que pôr em causa a nossa produtividade. Nesta matéria somos, por certo, os melhores da Europa.
Etiquetas: JL
4 Comments:
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CMR
Pensávamos que o Eça tinha dito tudo o que havia para dizer, a castigar, mesmo sem rir, os costumes do tal sítio mal frequentado, nas crónicas da sua azeda Campanha Alegre. Mas eis que ele já dorme o seu justo sono, há mais de 100 anos, e as tais Crónicas parece que no-las continua a expedir lá do Olimpo, tão ajustadas as achamos ainda à realidade de nossos pós-modernos dias.
Exercício floral : Somos nós que não mudamos, é o País que não tem emenda ou são os descendentes dos antigos facínoras que retornaram ao Poder ? Que será que teima em conspirar contra nós, contra o nosso desejo de Progresso, de Civilização, de Bem-estar...?
PS : Não vale culpar o António, a Maçonaria, a Carbonária, o Sr. D. Luís ou o Sr. D.Carlos, a Inquisição ou D.Afonso Henriques. Por demasiadas vezes já utilizadas consideram-se prescritas, por improfícuas, tais imprecações.
Curiosidade:
Li, nos últimos dias, mais dois livros extremamente saborosos de Bill Bryson:
«Crónicas de uma pequena Ilha» (sobre a Grã-Bretanha) e «Nem aqui, nem ali» (a Europa, de Estocolmo a Istambul).
E dei por mim a matutar:
Quantas vezes dizemos: «Isto só em Portugal!!» - quando, embora isso seja fraco consolo, não é bem assim.
As terras onde o trânsito é caótico, onde o pessoal atira lixo para o chão, onde ninguém respeita filas, onde a burocracia asfixia tudo, onde o urbanismo é criminoso, onde os museus são desprezados, onde as zonas verdes são destuídas, etc, existem até onde menos se esperaria!
Já se sabe que mazelas
Existem por todo o lado
Mas o pior é que elas
Por cá, são em concentrado
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