18.6.05

O branco mais branco...

ACABEI de ver, na TV, imagens da manifestação da rapaziada racista.
Dizia um que «Tinha orgulho em ser branco». Está no seu direito - cada um tem orgulho no que lhe apetece.

O único problema tem a ver com o seguinte: terá ele a certeza de que é MESMO, MESMO branco, branquinho?

É que me fez lembrar um indivíduo que eu conheci em tempos e que passava a vida a dizer mal dos "pretos".

Até que um dia foi trabalhar para o Norte da Europa onde, para seu grande desespero (e para meu secreto gozo...), "o preto" era ele - e como tal era tratado pelos brancos mais brancos lá da terra!

2 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Recebi um mail de um leitor que não concorda com o teor (ou o tom)deste "post", pois acha que o assunto é sério demais para se perder tempo em brincadeiras e questões laterais.

É uma maneira de ver, mas há outra:

Claro que o que está em causa é grave: os sucessivos governos, autarcas, empresários e urbanistas encarregaram-se de criar um barril-de-pólvora de onde há muito empo sai fumo.

Só que não há nada (absolutamente NADA) com que não se possa fazer humor, especialmente se tal for feito de forma inteligente.

Poucas coisas haverá piores do que a loucura e a morte e, no entanto, aceitamos histórias de malucos e do S. Pedro.

Mesmo acerca de coisas tão terríveis como a guerra e o nazismo, há filmes de humor, e mesmo Chaplin não se inibiu de parodiar Hitler.

Além do mais, a história que refiro é real e paradigmática:

O espanto do indivíduo que se achava branco... até que descobriu que afinal, para outros, era preto.

19 de junho de 2005 às 11:26  
Anonymous Anónimo said...

Isto nada tem a ver com os tontos que pretendem branquear os gandulos que se dedicam aos assaltos (em gangs ou de outra forma qualquer). É apenas um contributo para pensarmos no mundo em que vivemos.
Uma Europa unida, solidária e sem fronteiras? Hummm... Parece que ainda estamos MUITO longe disso.
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«Polícia britânica põe alarmes em casa de portugueses temendo ataques»
(Diário Digital / Lusa)

A polícia inglesa colocou alarmes nas residências de portugueses da localidade de Towbridge, para os proteger de ataques xenófobos, que já se registaram após o assassínio de Hayley Richards, cujo principal suspeito é um português.




Hugo Quintas foi formalmente acusado do homicídio Hayley Richards, ex-namorada de 23 anos, tendo a polícia britânica divulgado a fotografia do suspeito e emitido um mandado de captura europeu contra o emigrante.

Um porta-voz da polícia britânica, Mike Veale, este sábado citado pelo Sun, afirmou que as autoridades policiais confirmaram «publicamente que este homem (Quintas) é procurado por homicídio».

Hugo Quintas encontra-se a monte desde há uma semana, depois de ter sido encontrado o corpo da ex-namorada, Hayley Richards, que estava grávida de três meses.

Domingos Leitão, um dos emigrantes a quem foi atribuído um alarme para colocar na sua residência, disse este sábado à Agência Lusa que foi «a própria polícia» quem contactou os portugueses.

«A polícia disse para termos cuidado durante estes dias e instalou o alarme aqui em casa, para o accionarmos por um comando remoto assim que houver problemas», adiantou.

«Garantiram-nos que se dermos o sinal eles chegam em cinco minutos», narrou Domingos Leitão, que diz ter sentido nos agentes locais «muita preocupação com o que possa acontecer».

«O ambiente aqui está muito pesado e perigoso e eles sabem perfeitamente que já houve muita gente a sofrer isso na pele», frisou o português.

Oficialmente, no entanto, a polícia diz que só ter recebido uma queixa de um ataque xenófobo relacionado com o assassínio de Hayley Richards.

«A verdade», disse Helena Lourenço, outra emigrante residente na área, é que o facto de o português Hugo Quintas ser o principal suspeito desta morte brutal «tem provocado imensa raiva entre os ingleses, sobretudo os vizinhos e amigos da rapariga, que agora ameaçam vingar-se em todos nós que não temos culpa nenhuma».

Helena tem quatro filhos e são eles a sua grande preocupação.

«Já ouvimos muitas histórias de pessoas que foram ofendidas e atacadas na rua e é claro que isso nos assusta e nos faz estar sempre a olhar por cima do ombro. Mas o que mais nos aflige são as crianças, porque são mais indefesas», disse.

Os colegas destas crianças - adiantou - «sabem que eles são portugueses e também os insultam».

O mesmo disse Sara Barbosa, que chegou a Towbridge há três anos, e que já deu «instruções» ao filho para que evite riscos, porque vive numa situação geográfica ainda mais delicada.

«Vivemos mesmo ao lado da casa do Hugo Quintas e por isso é aqui que eles andam a fazer mais barulho», relatou.

Os alarmes são apenas uma parte das medidas de segurança extraordinárias tomadas pelo comando regional de Wiltshire para controlar esta situação de risco.

A outra parte do plano inclui um reforço substancial do número de agentes nas zonas onde vivem mais portugueses.

Sem nunca mencionar os alarmes, a superintendente responsável pela segurança da área, Amanda Evely, confirmou à Lusa que «há mais polícias na rua» e adiantou que «todos os meios são justificáveis para evitar ataques xenófobos».

A situação - referiu - pode ser «especialmente delicada durante o fim-de-semana, porque a comunidade ainda está muito chocada com o que aconteceu, e é nesta altura que, normalmente, se cometem mais excessos, que neste contexto podem ser perigosos».

19 de junho de 2005 às 12:24  

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