Orgulhos que me causam engulhos
ou: «O orgulho dos tó-tós»
NESTA imagem, vemos duas gémeas: a Lulú, que tem muito orgulho nos tó-tós que a irmã lhe fez, e a Marilú que, além de ter muito orgulho nos tó-tós da mana, tem também muito orgulho nos seus.
Evidentemente, foi ela que fez todos. Qual dos dois "orgulhos" será mais legítimo?
DE facto, há dois tipos de "orgulhos", completamente diferentes - quer em significado, quer em valor:
Um indivíduo que, com o seu esforço, consegue um bom resultado desportivo (ou fazer uma obra-de-arte, ou terminar um curso difícil - ou qualquer coisa semelhante) sentirá, por isso, um orgulho lógico e perfeitamente legítimo.
Um outro que, pelo facto de a mãe o ter parido num determinado ponto do Globo, proclama sentir muito orgulho nisso... está no seu direito, é claro, mas arvora um sentimento que está muitos furos abaixo do anterior - pela simples razão que nada fez para isso.
Como não podia deixar de ser, é este segundo tipo de "orgulho" o que está mais espalhado:
É o "orgulho" por ter uma determinada cor dos olhos, ou por morar perto da Lili Caneças ou por ter um pai que foi futebolista famoso...
O certo é que «quem não tem cão caça com gato», pelo que não podemos levar a mal que haja por aí tanto bicho-careta que se orgulhe (à falta de melhor) do facto de ser de uma determinada "raça".
Mas que raça de orgulho!
7 Comments:
Por falar em orgulho, que tal o orgulho de terminar em 3° numa prova de F1, apenas e tao somente quando 14 pilotos com melhores tempos de qualificaçao nao participaram. Nao digo que nao tenha merito, mas...nao tanto para merecer uma mençao do governo. Sera que os jogadores da selecçao nacional de voleibol nao a merecem mais?
Ora vamos lá ver uma coisa.....
Claro que concordo que existam diversos "tipos" de orgulho.....agora que se defenda que se deiam menções honrosas a pessoas ou equipas porque terminaram neste lugar ou naquele, para mim, é um pouco (ou muito)caricato.....Fizeram o que lhes competia, é para isso que são pagos e não é tão pouco como isso......neste mundo onde a competitividade a nivel profissional é deveras elevada, se quisermos manter a nossa posição ou mesmo elevá-la temos que fazer por isso.......ninguem nos vai bater á porta para perguntar se queremos ou não ser promovidos em sinal de reconhecimento se para isso não tivermos feito o devido esforço....isso sim, ou seja, um verdadeiro sinal de orgulho em que em função do seu desempenho profissional uma pessoa ou equipa ou lá o que seja, veja o seu salário, regalias ou mesmo hierarquia aumentada para reconhecimento, não só pela entidade patronal como tambem perante os próprios colegas....... (claro que existem excepções, também apelidadas pelos media de "Jobs for the boys" e não só....mas isso é outra história que daria para toneladas de bits de escrita nestas páginas...)....
Convido não só os leitores deste Blog como tambem os seus intervenientes a visitar o meu (nosso) Blog http://spaces.msn.com/members/artsand
Sei que por vezes não vos terá interesse nenhum mas convido-os a visitar uns textos em particular....no mês de Maio...um é logo o primeiro e o outro está mais para baixo tambem no mês de Maio.....
Eu não ligo muito ao automobilismo.
Mas o facto de se festejar um 3º lugar quando quase todos os outros desistiram parece-me, no mínimo, caricato.
Mas cá está:
«Quem não tem cão, caça com gato», e cada um orgulha-se do que pode, conforme as suas possibilidades.
Todos os males fossem esses!
É engraçado que ando a ler um livro que fala exacatamente deste tema, só que em vez do orgulho refere-se à culpa: "Ninguém se deve sentir culpado daquilo que não fez de livre vontade." diz a certa altura. É por isso raro aparecer por aí gente orgulhosa da sua culpa ou culpada do seu orgulho, mas por paradoxal que possa parecer também os há.
Sim,
Isso é particularmente frequente em política e religião:
Governos que pedem desculpa por actos cometidos pelos antepassados, um papa actual que se sente culpado pela Inquisição - e coisas assim...
O sentimento de "culpa" é uma herança da cultura judaico-cristã.
Quando há um desastre, ainda antes de se socorrerem as vítimas pergunta-se: DE QUEM FOI A CULPA?
Calma, que a culpa não é necessáriamente uma coisa má e essa do desastre não é tão descabida. A culpa pode mesmo ser de alguém e se fôr é melhor que o seja. Tem razão quando a culpa fica a cargo de Deus, o problema é quando mesmo ateus se comportam como crentes a respeito da culpa, por causa desse mesmo orgulho de que você fala.
Claro!
No entanto, pode ser falar em "responsabilidade" do que em "culpa".
Mas há-de reparar que, se houver um grande desastre de viação, a rapaziada mais depressa discute quem foi o culpado do que liga para o 112 (embora ambas as coisas sejam importantes - pelo menos para saber quem vai pagar as contas)
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