7.10.05

Cinco modos de usar telemóveis

IMAGINO que não deve passar pela cabeça de muita gente a ideia de fazer redacções acerca do aspirador ou do rádio lá de casa.

No entanto, em relação a outras coisas, já não sucede o mesmo: quem nunca leu ou ouviu diatribes contra modernices como os computadores, a internet ou os telemóveis?

No caso dos últimos, ainda recentemente Umberto Eco encheu uma página inteira do «DN» a dizer mal deles, e o mesmo fez, na mesma altura (mas em menos linhas e com menos brilho), João Pereira Coutinho, no «Expresso».

Ora, em relação aos utilizadores desses aparelhos, notam-se, nitidamente, cinco atitudes diferentes:

* Uma pessoa normal (?) usa o telemóvel quando precisa, e não o usa quando não precisa - e nem sequer pensa nisso.

* Um grunho, depois de escolher uns bons toques com músicas do Quim Barreiros, deixa-o ligado até no cinema, e com o som no máximo.

* Um saloio, que tem o cuidado de os comprar às meias-dúzias com dourados e cromados, coloca-os a todos em cima da mesa do café, bem à vista da pelintragem.

*Um snob usa o telemóvel às escondidas, e faz questão de apregoar-aos-sete-ventos que nem lhe toca.

*Um snobíssimo, tão bem satirizado por Pièrre Daninos (já aqui citado), responde assim, quando lhe perguntam o número do TM: «Tele... quê??».

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O patego da imagem parece o Fernando Gomes, da GALP, a arrotar dinheiro...

7 de outubro de 2005 às 18:07  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Este desenho é de José Abrantes, e foi feito para as "Aventuras de Salvador, o Consultor", publicadas na revista «Valor» durante mais de 1 ano.

(Essas histórias podem ser lidas em www.janelanaweb.com/humormedina)

7 de outubro de 2005 às 19:25  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

(...)

Eu sugeri-lhe então que contactasse a Telecom para ver se lhe arranjavam um número fácil de decorar. E ele, então, escreveu para lá, dispondo-se a pagar o que fosse preciso para obter um número que sabia estar vago: o 666666666.

E tão confiante estava de que o seu pedido ia ser atendido que já ia avisando as pessoas:

- O meu número vai ser facílimo de fixar, nem precisa de o escrever. Não esquece: "nove seis"!

Mas havia um pequeno inconveniente: é que, com frequência, as pessoas ficavam a olhar para ele e perguntavam, expectantes:

- Sim, sim... 96... e o resto?

--
Adaptado de uma das aventuras de Salvador, o consultor.

8 de outubro de 2005 às 14:56  

Enviar um comentário

<< Home