1.11.05

Políticos - Os estadistas e os aprendizes

NO MESMO DIA em que tanto se falou do Marquês de Pombal, os transportes públicos, como nos tinham anunciado (ou ameaçado...) subiram 3,98% - numa acção de equilíbrio financeiro que até a porteira do meu prédio era capaz de tomar.

De facto:

A CURTO PRAZO, o que está em causa é o preço do petróleo.

A MÉDIO PRAZO, o que está em causa é a política de transportes e de ordenamento do território nas grandes cidades e seus arredores.

A LONGO PRAZO, o que está em causa são os hábitos de vida e de consumo de toda uma Civilização baseada em recursos energéticos finitos.

De acordo com isso, e conforme a visão dos governantes, assim os problemas são abordados numa perspectiva, noutra ou noutra - e pelas decisões que tomarem (ou não tomarem...) assim se distinguirão os verdadeiros Estadistas dos políticos-de-meia-tijela.
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NOTA: ver post recente sobre este aumento INTER... CALAR em:
http://sorumbatico.blogspot.com/2005/10/o-ataque-aos-transportes-colectivos-j.html

6 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

O que está em causa não é este aumento em concreto.
É muito mais do que isso: é toda uma política de transportes em que, apesar das muitas palavras bonitas que nos são ditas, o automóvel particular continua a ser rei-e-senhor, e o transporte-público o parente-pobre da mobilidade dos portugueses.

Imagino que quem decide destas coisas, movimentando-se com motoristas (quando não mesmo com batedores), não tem sensibilidade para estes assuntos - nem muita nem pouca.
Alguém já viu algum governante ou Presidente da Câmara - seja ele de que partido for - a andar no metro em hora-de-ponta?
Quando virem, enviem-me foto, por favor. (Fotomontagens não valem!)

1 de novembro de 2005 às 20:28  
Anonymous Anónimo said...

Não pode haver verdadeiros estadistas nestes assuntos. É impossivel a quem manda dizer:

1)Vamos viver para vilas pequenas porque (a alimentação d') as grandes cidades são autenticos sorvedouros de energia.
2)Vamos diminuir o PIB porque o crescimento conduz sempre a mais poluição (não há tecnologias limpas).
3)Vamos (no futuro) tentar diminuir o numero de habitantes do planeta porque
este não aguenta tanta gente (logicamente) a querer viver tão bem.
4)Quando acabarem as (grandes quantidades de) energias que permitiram a revolução verde, a maioria da população, mesmo de paises civilizados morrerá de fome.

Ia directo para o manicómio.

Afrancesado

2 de novembro de 2005 às 11:18  
Anonymous Anónimo said...

O longo prazo poderá não ser tão longo, uma vez que a produção petrolifera chegou a metade das reservas acumuladas (a 1* parte é sempre a mais facil de extrair), a partir daqui a produção será sempre a descer, e a almofada "gaz natural" desaparece possivelmente daqui a 30 anos.

Evidentemente que o longo prazo económico (5 anos) nada tem a ver com o longo prazo geológico.

Afrancezado.

2 de novembro de 2005 às 11:27  
Anonymous Anónimo said...

Um estadista é alguém que, por exemplo, diz assim:

O país vai precisar de **** daqui a 10 anos.
Como isso demora 3 anos a projectar e 7 construir, vamos começar já a tratar disso.

Um político-de-trazer-por-casa não faz nada, porque daqui a 10 anos já não conta estar no poder.

E vive o dia-a-dia, na base do "na altura, logo se vê".

Isso é válido para tudo: energia, urbanismo, segurança social, educação, criação de empregos,etc.

E.R.R.

2 de novembro de 2005 às 11:28  
Anonymous Anónimo said...

Prezado Medina Ribeiro, muitas vezes vi eu o arq. Gonçalo Ribeiro Teles apanhar o metro no Marquês à hora de ponta, assim como o encontrei uma vez a viajar de comboio para o Porto em 2ª classe (tal como eu).

Eu não sei se ele chegou a fazer parte de algum governo (talvez tenha integrado um dos governos provisórios pós-25 de Abril), mas noto que ele é um homem de "sangue azul" e que nem por isso deixa de se misturar com a "ralé" nos transportes públicos.

2 de novembro de 2005 às 16:00  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Ao Gonçalo R. Teles tiro eu o chapéu, com toda a minha estima e respeito.

Fazem MUITA falta pessoas como ele.

Mas mantenho o que disse, pois estou a falar de governantes e Presidentes de Câmara - e não é o caso dele, infelizmente para Lisboa!

2 de novembro de 2005 às 17:13  

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