21.1.06

O famigerado «a.s.a.p.» (*)

QUANDO, há muitos anos, iniciei a minha actividade profissional, a primeira coisa que o meu chefe me ensinou foi que, quando se está numa posição de se exigir urgência a alguém, não se devem empregar (nem aceitar) expressões do tipo «rapidamente» ou «logo que possível» - nem outras de igual jaez pois, na realidade, são tão imprecisas que cada um as entende como mais lhe convém. (...)

Isso faz-me lembrar a velha rábula do marido que, ao ver a mulher a preparar-se para sair de casa depois do jantar, a interpela, com cara de poucos amigos:

- Olha lá, ó Maria, aonde é que tu julgas que vais?!

- Aonde eu quiser – responde ela no mesmo tom agressivo.

- E a que horas voltas?

- Quando me apetecer.

O homem, então, resolve encerrar o assunto dando um murro na mesa e demonstrando a sua autoridade:

- Mas nem um minuto mais tarde, ouviste?!

---
(*) asap significa (pelo menos em alguns meios) as soon as possible.

Este texto foi publicado no «Expresso» de 3 de Mai 03 e no «Correio da Manhã» de Moçambique no dia anterior - Texto integral [aqui] ; imagem [daqui].

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Polux:
Deve ser um galicismo para "emalar".
Em Portugal, tudo o que é matéria sensível é para meter na gaveta, neste caso na mala.

22 de janeiro de 2006 às 13:18  

Enviar um comentário

<< Home