19.7.06

Novos tempos

Uma das muitas ilustrações de Gustave Doré para o livro «D. Quixote de la Mancha»
(Esta é a primeira da obra)

COMO se sabe, com o louvável intuito de defender o consumidor, as empresas de parques de estacionamento passaram a ser obrigadas a contar o tempo em fracções de quartos-de-hora.
E estaria tudo muito bem, se elas não tivessem aproveitado para fazer aquilo a que, eufemisticamente, chamaram «alguns acertos para compensar perdas».
Ou seja: o que é dado com uma mão é tirado com a outra - e reza a experiência que, quando assim é, nunca o "Zé-Pagante" fica melhor.

Ora, se bem que, pelo menos nas terras que eu conheço, só pague estacionamento quem for tonto (pois a impunidade do estacionamento selvagem é a regra), esta rábula fez-me lembrar uma famosa cena do D. Quixote - quando o cavaleiro intervém para defender um rapaz que estava a ser sovado pelo amo:

Assim que o "herói" virou costas, o infeliz acabou de levar o resto da tareia que faltava - e ainda mais algumas correadas "de brinde"... para aprender a não se queixar.
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Publicado no «metro» e no «24 horas» em 21 Jul 06

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O governo vem agora dizer que vai verificar se houve aproveitamento para aumentarem o estacionamento.
Isto é fazer de todos nós parvos, as empresas que gerem os estacionamentos são empresas privadas que, podem fixar os preços que entenderem. Mais uma vez a atitude de "xicos espertos" de governo deco e companhia Lda, acaba por ser prejudicial áqueles que dizem defenderem.

19 de julho de 2006 às 19:44  

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