2.8.06

Semântica

JPP dedica algumas linhas do seu ABRUPTO a explicar porque é que (na sua opinião) a palavra «massacre» foi incorrectamente utilizada pela RTP1 para caracterizar um bombardeamento como o de Cana, onde morreram dezenas de crianças.
A propósito de um cessar-fogo relacionado com a invasão do Líbano, políticos importantes discutem as diferenças entre «logo que possível» e «imediatamente» - termos em que Jorge Sampaio e Souto Moura já haviam tropeçado a propósito do «Envelope 9».
Já agora, duas outras curiosidades, relacionadas com a escolha das palavras certas, estas encontráveis no «Museu da Cidade» (de Lisboa):
Uma gravura da época mostra um horroroso auto-de-fé, com a legenda, em francês: «Execução de criminosos».
Uma outra gravura mostra uma parada das tropas invasoras francesas, no Rossio, com a seguinte legenda (também em francês): «A soberba parada dos protectores, em Lisboa». O autor desta é Luís António Xavier, um português, presume-se - o que não é de espantar sabendo-se como, nas invasões francesas, vinham muitos soldados portugueses.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ou a ainda inesquecível consideração de democracia, atribuída por Bernardino Soares à Coreia do Norte ou a ilusão monárquica que o "nosso rei" serve para alguma coisa...

Mais do que uma questão de semântica ou palavras certas, são situações que comprovam o velho ditado popular "Quem conta um conto acrescenta um ponto". Ou seja, tudo depende do ponto de vista do espectador.

Se bem que o ditado no caso de JPP e dos restantes seria mais "Quem conta um conto inventa um, dois, três pontos

2 de agosto de 2006 às 21:56  
Anonymous Anónimo said...

Na verdade é tudo uma questão de semântica... Bem visto!

3 de agosto de 2006 às 01:19  
Anonymous Anónimo said...

Em política, o caso mais típico de «semântica adaptativa» é o que corresponde à palavra «terrorista».

Além de, num conflito, cada parte atribuir à outra essa classificação, sucede, frequentemente, que "terroristas" deixam de o ser.

MPLA, em Angola, Hamas, na Palestina, Kadaffi, na Líbia...

Ed

3 de agosto de 2006 às 11:06  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Há uma palavra que se mantém sempre à margem das discussões semânticas: MORTE.

3 de agosto de 2006 às 11:09  
Blogger fado alexandrino. said...

Perguntam mesmo agora ao Blair, porque é que ele não pede um cease fire imediato.

Ele responde, que era uma boa ideia se fosse aceite por ambas as partes.

Well, elementar Watson

3 de agosto de 2006 às 12:19  

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