12.9.06

Economia Ambiental (*)

UM DIA DESTES, quando o Senhor Ministro do Ambiente veio falar na redução da velocidade máxima nas autoestradas (como um dos meios de economizar energia e reduzir as emissões de gases responsáveis pelas alterações climáticas), uma das pessoas que estavam comigo interrogou-se acerca do significado prático de tal medida; outra, pôs em causa a sua exequibilidade - tanto mais que não se prevê que o Código da Estada seja alterado nem as inúmeras placas sinalizadoras corrigidas; outra ainda, mais cínica, limitou-se a referir, com uma gargalhada, as viaturas oficiais (mas não só...) que circulam por aí, impunemente, a velocidades de avião.

No entanto, independentemente das muitas formas de encarar o assunto, todos estávamos de acordo em que, tendo em conta a experiência, as declarações do Senhor Ministro só podem ser encaradas como sinal de uma de duas coisas - qual delas a pior:

Ou se prepara mais uma "Lei-da-Treta" (daquelas que ninguém cumpre nem faz cumprir), ou trata-se de conversa-fiada para soar bem aos ouvidos de quem ainda acredita em histórias-da-carochinha.

Não haverá por aí quem nos possa esclarecer? Bem... estando em causa um problema que, além de ambiental, também é de Economia, eu estava a pensar em Manuel Pinho - o ministro da dita - agora que sabemos que ele circula, quando vai atrasado, a mais de 210 km/h...
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(*) Publicado no «Público» (secção «Local-Lisboa») em 13 Set 06 e no jornal «DESTAK» no dia 15

3 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

NOTA: A imagem é da capa do «24 horas» de ontem.

12 de setembro de 2006 às 16:08  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Outra carta sobre o mesmo assunto - esta, enviada para o jornal «DESTAK»:

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Os atrasados

Possivelmente, o facto de Manuel Pinho - Ministro da Economia - ter sido apanhado a 212 km/h só foi notícia porque coincidiu com os piedosos apelos do seu colega do Ambiente para que os portugueses reduzam a velocidade nas autoestradas.

De resto, toda a gente sabe que não adianta barafustar, pois certas pessoas vivem de tal forma divorciadas do cidadão-comum, que nem sequer têm a noção de como este avalia as figuras que fazem.

No entanto, há alguns que merecem ser encarados com tolerância e até com algum carinho: são os que alegam que «quem ia a guiar era o motorista» ou que iam «atrasados para uma reunião», pois esses, pela hilariedade que suscitam, sempre nos ajudam a suportar as agruras da vida - entre as quais se inclui, como particularmente penosa, ter de lhes pagar o ordenado...

13 de setembro de 2006 às 16:49  
Anonymous Anónimo said...

Mas o Pinho já estava a respeitar a redução de 2 km/h na velocidade média - quando ele está atrasado, costumava ir a 214, agora só anda a 212. Acho que ele já aprendeu a lição e não precisa de ir ver o filme do Al Gore.

14 de setembro de 2006 às 09:50  

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