Serviço público... mas de outra forma
QUANDO LEIO notícias destas (ou quando vejo automobilistas a fazerem sinais-de-luzes), lembro-me sempre de um grande amigo meu que foi trucidado, na via-rápida da Caparica, por um taxista que fugiu. Sem assistência, acabou por morrer ali mesmo.
E lembro-me, mais vivamente (porque foi há menos tempo), de uma senhora da minha família que foi atropelada quando conversava na berma da estrada de uma aldeia - veio a falecer no hospital, pouco depois.
Neste último caso, o indivíduo já tinha antecedentes, mas a única testemunha (que diz que o viu sair da estrada) foi considerada insuficiente. Não aconteceu nada ao condutor, que continua na sua vida e até se fez representar no funeral pela mulher!
Mas também podemos ver o assunto por outro prisma:
Eu estive muito tempo numa pequena cidade alemã (com uns 50.000 habitantes) e, além da polícia que controlava os estacionamentos, havia uma outra, também implacável, para as "habilidades na estrada". Dispunham de 7 carrinhas com radar, que tinham a particularidade de estarem sempre a mudar de lugar e, por duas vezes, as pessoas que estavam comigo puderam ver que, por lá, a impunidade não é frequente...
A situação portuguesa que permite o «Olha que eles costumam estar ali» (e casos como o desta notícia do «JN») é tão irracional, que se chega a suspeitar que as autoridades não querem, de facto, punir quem merece.
Assim, esta notícia, ao pôr a nu (mesmo sem querer) essa aberração, acaba por prestar um óptimo «serviço público».
2 Comments:
Sim.
De facto, uma boa maneira de sabotar essa acção (que, curiosamente, até ajuda - e de que maneira! - os ladrões de carros!!), é começar a fazer sinais a torto e a direito, por forma a desacreditar os que o fazem.
Pelo menos, ajudaria a manter alguma "calma" nas estradas, nem que fosse em alguns quilómetros.
Já repararam que o jornalista é Bondoso?
JBC
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