CSI Alcácer Kibir

LI QUE EXISTEM uma historiadora e vários técnicos que querem exumar os restos mortais atribuídos a D. Sebastião para ficarem a saber da vida dele, ou descobrirem que quem está sepultado nos Jerónimos não é o rei desaparecido em Alcácer Kibir, em 1578.
Estando curiosos, gostariam ainda de recolher o ADN da bisavó de D. Sebastião para esclarecer certos mitos reais.
Creio que estas investigadoras históricas nasceram na TV e procuram criar uma equipa “low cost” de investigadores da “cottonette”, tão admirados nas séries CSI Miami e CSI Nova York. Compreendo-os e auguro-lhes as melhores felicidades nas investigações com que deslindarão as tramas da nossa História.
Mas confesso que não percebo a inclinação escabrosa das historiadoras e antropólogas forenses, tão interessadas em conhecer a vida sexual de D. Sebastião, e apurarem se este sofria duma doença venérea e se o seu eventual corrimento involuntário de sémen era, afinal de contas, uma secreção purulenta.
Parece programa de quadrilheiras, daquelas que vivem à custa da vida dos outros.
«25ª HORA» - «24 horas» de 24 Nov 06