9.11.06

O novo «Nem 8 nem 80!»

Em Portugal, a expressão «Nem 8 nem 80!» vai passar a ter outra redacção:

Ao contrário do que a notícia diz, Ministério e sindicatos não divergem - eles vivem, simplesmente, em universos tão diferentes que nem sequer são paralelos.
Quanto a saber quem foi que descolou da realidade terrestre (de tal forma que já nem sequer tem medo do ridículo)... fica à consideração dos espectadores da farsa.
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Mas o assunto também pode ser visto de outra forma:
Sabendo-se que o Estado poupa mais de 3 milhões de euros por dia por cada 10% de grevistas, o Ministro das Finanças pode estar apenas a "picar a malta" para que amanhã ainda haja mais aderentes - evitando, assim, a tentação de apoiar piquetes de greve...
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NOTA: Segundo os jornais da noite o Governo, afinal, fala em 11,74%, número esse que já facilita consensos, pois os sindicatos podem contapor, com igual nível de rigor, 74,11%

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O recurso, por parte do Governo, a um número com uma precisão até às centésimas (11,74%) é uma velha esperteza-saloia.

Trata-se de, recorrendo a uma aparência de exactidão (que ninguém acredita que se possa obter em 3 horas), procurar desacreditar qualquer outro valor que se apresente com menos casas decimais.

Poderia ser genial se quem faz tão trôpego exercício fosse credível.

9 de novembro de 2006 às 21:51  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Rigorosa... mente

Como se sabe, o Governo precisou de uma eternidade para saber quantos funcionários públicos existem; todavia, no primeiro dia de greve da função pública, bastou-lhe um par de horas para saber que a percentagem de aderentes foi de 11,74%. Assim sendo, vale a pena omitir a recorrente anedota que são os números díspares esgrimidos por governos e sindicatos e, desta vez, saudar o rigor do valor apresentado!

No entanto, confesso que, a mim, isso apenas me faz lembrar um director de uma empresa - que eu em tempos conheci - que, face aos orçamentos que os seus técnicos preparavam, dava sempre uns retoques, transformando, por exemplo, 1 milhão de contos em 1.000.000.000$10.

Dizia ele que, com isso, mostrava bem como a sua empresa era rigorosa a fazer orçamentos, e assim continuou a proceder até à reforma, sem que nunca alguém tivesse coragem de lhe contar como era alvo de chacota - dizendo-se, entre os clientes que tanto queria impressionar, que o nosso homem padecia do caricato "Centesi Mal"...

10 de novembro de 2006 às 10:13  

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