Tempos verdadeiramente difíceis
HÁ ALGUNS ANOS, uma pessoa que estava comigo num escritório deixou cair um clip e, naturalmente, fez o que eu faria: baixou-se, apanhou-o, e nem sequer pensou nisso.
No entanto, um outro colega, que assistira a esse pequeno gesto, comentou com os presentes que se tratava de «uma prova de sovinice»...
E isso dá que pensar: onde será que acaba a nossa "Sociedade da abundância" e começa a "do desperdício"?
A propósito, aqui ficam duas sugestões publicadas no «Almanaque Lello» de 1929:
No meio de inúmeras anedotas, receitas e utilidades, o almanaque ensinava como aproveitar as sobras dos sabonetes e como recuperar os pingos de água de uma torneira - se bem que, neste último caso, mais valia que ensinasse os leitores a compor a válvula!
-oOo-
De passagem, saboreie-se o conselho de rodapé que se pode ver na primeira imagem (numa altura em que falar demais começava a ter alguns perigos): «Falai pouco em frente de pessoas».
Então quando é que se poderia falar muito? Em frente de animais? Sozinho?
(Ver a explicação em «Comentários»).
3 Comments:
A frase do rodapé deve estar incompleta. Não faltará uma linha?
Veliberalino,
Leitores atentos são uma MARAVILHA!!
Fui procurar e, de facto, a frase está incompleta!
Só que o tipógrafo meteu o resto na página seguinte!!:
«...que muito escutam»
Em relação às pingas da torneira:
A avaliar pelo desenho, a torneira não dev ser de válvula (com rodela de borracha ou sola), mas sim "de esfera", não sendo passível de reparação caseira.
O apanha-gotas podia não ser para recuperar a água que caía mas sim para evitar que ela fosse molhar o chão.
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