19.1.07

«Olá, riquezas!»

Alzeimer?
«CONTROLO DA RIQUEZA - Quase 40% dos gestores públicos que concluíram o seu mandato entre 2003 e 2006 esqueceram-se de entregar ao Tribunal Constitucional as suas declarações de rendimento, como estão obrigados por lei». [«DN-Economia» - 19 Jan 07]

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João Cravinho não conseguiu ver apadrinhado pelos seus pares o diploma que visava combater o enriquecimento ilícito.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O "artista" da Bragaparques que tentou subornar Sá Fernandes disse-lhe, para o sossegar, que "não era virgem nessas coisas".
É perfeitamente natural que SF queira conhecer os contornos dos outros negócios entre essa empresa e a CML. Mas, como se sabe, não é assunto que movimente muitas vontades...

Que diabo! Ao menos essa gente podia disfarçar!

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Suspeição

O bom nome da Câmara Municipal de Lisboa está seriamente prejudicado pelas enormes suspeições que sobre ela impendem. São vários e graves os casos que indiciam comportamentos irregulares dos serviços camarários em projectos imobiliários. O volume das suspeitas chegou a tal ponto que o presidente da câmara se sentiu obrigado a anunciar, no final do ano passado, uma sindicância que se diz estar prestes a iniciar-se. Na memória recente estão os casos de um loteamento em Marvila, que levou à demissão do director municipal de Gestão Urbanística, e da acusação do presidente da Bragaparques de corrupção activa.

A Bragaparques é uma empresa importante, que mantém há muito um relacionamento estreito com o Município de Lisboa. E a acusação do Ministério Público é tão-só a de tentativa de corromper um vereador que "apanhou" o empresário em flagrante. Perante este facto, e outros que continuam sob suspeita, o presidente da Câmara de Lisboa não se mostrou preocupado. Disse publicamente que estaria preocupado se a tentativa de corrupção tivesse acontecido com ele...

Rareia a responsabilidade institucional. Muitos dos actores políticos da nossa praça tendem a esquecer ou a desvalorizar as suas obrigações institucionais e o seu zelo pela higiene dos negócios públicos. Carmona Rodrigues devia entender que a tentativa de corrupção de um vereador não é um problema individual. A tentativa de corrupção de um vereador é uma tentativa de corrupção da câmara municipal. E ao constatar que o Ministério Público entendeu formular uma acusação é porque existem indícios suficientes para avançar com o processo. Não pode pois deixar de estranhar-se a ligeireza com que aborda esta questão.

Acumulam-se as suspeitas todos os dias e, aparentemente, nada parece travar a "normal" relação entre o município e a Bragaparques. Mesmo não existindo qualquer julgamento e condenação, o presidente da Câmara de Lisboa não pode agir como se nada tivesse acontecido. Deve estar obrigado a cautelas acrescidas sobre a evolução dos processos urbanísticos em curso. Não é isso que parece estar a acontecer. A urgência em obter receitas para combater o défice municipal não pode tudo justificar. E tão grave como permitir deferimentos tácitos é apressar decisões pouco claras em que o interesse público não esteja devidamente protegido. Nesta altura, qualquer decisão que envolva uma empresa sobre a qual recai a acusação de corrupção activa merece a desconfiança dos cidadãos. Carmona Rodrigues tem a obrigação de o perceber.
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António José Teixeira - «DN» 20 Jan 07

20 de janeiro de 2007 às 15:31  
Anonymous Anónimo said...

Uma lei a sério contra a corrupção seria a "morte" do Partido Socialista.
Coitadinhos! Depois viviam de quê?
Jorge Oliveira

21 de janeiro de 2007 às 17:31  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Neste assunto, há que ter em conta as seguintes "realidades" (e não "opiniões"):

1-A grande corrupção desenrola-se em torno de partidos/autarquias, C. Civil e clubes de futebol.

2-O recente Pacto sobre a Justiça, entre o PS/Governo e o PSD, é omisso nesse assunto, mas note-se que, na altura, TODOS os restantes partidos ficaram calados como ratos. Foram precisos os discursos do PR (em 5 de Outubro) e do PGR (na tomada de posse) para a rapaziada afirmar, em uníssono (antes de assobiar para o lado):

«Ah, pois claro! A corrupção é uma coisa muito má!»

3-Ano após ano, as contas dos partidos (TODOS!) apresentam irregularidades, nomeadamente no que toca à documentação das receitas.

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Podia fazer outras considerações, mas estas, pelo que se sabe, não são passíveis de grande discussão, pois são factos mais do que assentes.

A incomodidade que o PS exibe a tratar deste assunto só dá nas vistas porque é ele que, estando no governo, tem mais obrigações - quer no que faz quer no que não faz (nem deixa fazer, pelos vistos)...

21 de janeiro de 2007 às 20:34  
Anonymous Anónimo said...

Só há aqui uma falha:

«Quando se quer resolver um problema, nomeia-se uma pessoa; quando não se quer, nomeia-se uma comissão»

Ora, o que Cravinho nos propõe é mais uma comissão. Pior: segundo ontem explicou na SIC-N, haverá uma outra comissão para vigiar a anterior!!

Assim, à manifesta falta de vontade do PS em combater o flagelo, junta-se alguém a propor coisa dessas.

Por esse caminho, de facto, não vamos longe!

Ed

22 de janeiro de 2007 às 08:22  

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