Resposta do «DESTAK» ao «PÚBLICO»
Ainda em relação à foto da LUSA aqui referida (na qual o «DESTAK» inseriu imagens de pessoas onde elas não existiam - facto que reconhece, mas para o qual recusa o termo "manipulação"), aqui ficam algumas considerações feitas, acerca do assunto, pelo respectivo Director.
Este texto pode também ser lido em «Comentário-2»O assunto é hoje novamente abordado no «ABRUPTO», com inclusão desta imagem e das que lhe deram origem. Lá, JPP comenta: «Não foi "manipulação" foi "fotomontagem", diz o DESTAK, numa resposta de enorme má fé e arrogância, para não lhe chamar outra coisa».
NOTA: Ver, em «Comentário-5», um esclarecimento enviado pelo «Público».
6 Comments:
Resposta muito feia e reles.
Para desculpar a asneira que fez (bem, até foi mais a Lusa que fez, mas enfim), vai vasculhar ao caixote do lixo situações em que o público tenha estado mal, e vai-se regozijar com a diminuição das vendas desse jornal.
Muito deselegante.
Não conheço o indivíduo de lado nenhum, mas ter uma pessoa destas como director não abona nada a favor do Destak.
Dado que alguém pode querer fazer o Copy/Paste deste Editorial (que caberia MUITO bem em qualquer escola de jornalismo), aqui fica ele, em "texto":
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O Público
tem a mania
Luís Metelo Martins *
Sexta-feira, telefona-me o editor de fotografia da Lusa. Conversa cordial.
Dois dias antes, o Destak tinha publicado em primeira página fotos «manipuladas». «Manipuladas?» – espanto-me. Explico que foi fotomontagem, e que não houve intenção de distorcer a realidade.
Numa foto, a mulher que alegadamente roubou a bebé de Penafiel deixa o tribunal e precipita-se para um carro. Noutra, populares manifestam- se na rua, perto do tribunal.
Dois momentos da mesma notícia, «fotomontagem» – concluo, admitindo todavia o lapso de não o termos indicado em legenda. Comprometo-me (apesar do ponto de vista diferente) a respeitar a Lusa e a não repetir o que, no entendimento deles, fora «manipulação». Assunto arrumado.
Algumas horas mais tarde, porém, telefona-me uma jornalista do Público. O tom não é cordial.
Vem-me com a “situação” da «manipulação » e emtrês tempos percebo como tudo começou: antes de ligar para mim, falou para a Lusa. Digo-lhe que «não percebo que interesse noticioso possa ter uma questão entre Destak e Lusa», mas ela insiste, num tomde quem tema mania da regulação, do policiamento descabido.
Faço de imediato a associação: o Público teve 10,3 milhões de euros de prejuízo em 2006 e isso deve- lhes ter toldado ainda mais a percepção da realidade – para eles, agora tudo é questão de vida ou de morte. Não perdi tempo a responder, apesar de saber que, no dia seguinte, uma espécie qualquer de notícia viria (e veio) no Público que temcada vezmenos leitores, dá cada vezmais prejuízo e tem cada vezmais amania. Mania e telhados de vidro – estreou o novo grafismo trocando o nome a Afonso Pimentel (na capa) e, esta terça-feira, “noticiou” a compra da Texto Editora pela Media Capital, quando, na verdade, foi o ex-accionista Paes do Amaral o autor da operação...
* Director
Alferes,
Pelo que li até agora (incluindo a notícia do "Público", aliás tb publicada neste blogue), a manipulação não foi feita pela LUSA mas sim pelo "DESTAK".
R.
A propósido do sargento (pai adoptivo da Esmeralda) que levou 6 anos de prisão, um amigo meu comentava, acerca dos juízes, que havia muita imaturidade à solta, pelo que os destinos de muita gente estavam nas mãos de pessoas sem experiência de vida.
Este caso do DESTAK não é tão grave, mas é evidente que alguém meteu um garoteco à frente de uma publicação de grande tiragem, quando o jovem nem à frente do Jornal de um Paróquia devia estar.
R.M.
Transcreve-se, seguidamente, um mail recebido do «PÚBLICO» acerca deste assunto.
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Olá, boa tarde.
O meu nome é Maria Lopes, sou a jornalista do PÚBLICO que escreveu sobre o caso das fotos manipuladas pelo Destak.
Estou a escrever-lhe porque apesar de normalmente não me preocupar com o que dizem sobre o meu trabalho nos blogues (confesso que poucos leio e nem é com regularidade), não gosto de confusões. E muito menos de mentiras.
Por isso quero esclarecer algumas coisas, que até já mandei também por mail para o José Pacheco Pereira.
O primeiro contacto que fiz na sexta-feira para escrever o texto foi com o Destak ao final da manhã, mas o director já tinha saído para almoçar.
O segundo, logo a seguir, foi para a Lusa, que ficou a saber do caso por mim, quando liguei para lá para saber o que tinham a dizer já que as duas fotos apareciam assinadas por uma fotojornalista da agência e não se percebia bem qual delas era a original. O editor de fotografia ficou pasmado.
Quando consegui falar com o director do Destak fi-lo, ao contrário do que ele afirma, num tom cordial. Ele é que me responde num tom sobranceiro e irritado – claro, já o editor de fotografia da Lusa lhe tinha pedido explicações...
E a resposta que me deu não é a que consta, com aspas, no editorial, mas esta, que anotei na folha de apontamentos onde tinha os comentários da Lusa:
- Qual é o jornal que não faz fotomontagem? (pergunta o director, em tom ríspido, como resposta à minha questão)
- Mas mais do que fotomontagem, esta foto é manipulação porque altera o sentido da imagem (disse eu).
- Não vou falar sobre o assunto. É um completo disparate. Se quiser mande-me as perguntas por email (disse ele).
E foi o que fiz. Respondeu-me a dizer que o Destak não tinha qualquer comentário a fazer sobre o assunto.
Depois da conversa com o Destak, e quando já tinha o texto praticamente acabado, ligou-me o editor de fotografia da Lusa a dizer que afinal a agência já não ia fazer seguir a carta com a queixa formal sobre o assunto ao Conselho Deontológico do SJornalistas porque o director do Destak fora extremamente acessível, se desfizera em mil desculpas em vários telefonemas, prometeu que não voltaria a acontecer, e até os serviços comerciais do diário gratuito haviam ligado para a agência a pedir imensas desculpas.
Sobre as considerações mal-educadas do director do Destak, obviamente, nem me vou dar ao luxo de responder.
Sobre a ausência de foto no meu texto, bom, na verdade não publicámos nenhuma das fotos porque não havia espaço para o fazer.
Por último, se quiser usar algum conteúdo deste mail no seu blogue, esteja à vontade.
Obrigada pela disponibilidade,
Maria Lopes
Este assunto cruza-se muito bem com um outro, que em tempos aqui se abordou, acerca de direitos de autor.
Nessa altura, a questão começou por se colocar a propósito de Arquitectura, mas acabou por ser abordada de uma forma mais geral:
«Pode alguém comprar um trabalho (que está registado como propriedade intelectual) e depois alterá-lo à revelia de quem o fez e manter o nome do autor inicial?»
Neste caso de hoje, o director do DESTAK também acha que pode pegar numa foto, assinada, e, à revelia de quem a tirou, alterá-la a seu bel-prazer.
Como se previa, o autor/dono da foto (a LUSA) "deu-lhe nas orelhas", e palpita-me que a história não vai ficar por aqui.
É que o DESTAK está ligado (dependente de) uma multinacional, onde talvez haja quem pense com menos ligeireza...
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