Às vezes sabe bem...
Às vezes, sabe bem ouvir opiniões que vão contra a corrente do chamado politicamente correcto. Concorde-se ou não com elas, têm sempre o mérito de nos fazer pensar.
É o caso deste artigo do leitor Jorge Oliveira, publicado no «Diário Económico», e que pode ser lido na íntegra [aqui].
10 Comments:
Segundo o protocolo de quioto uma fábrica que emita CO2 não se pode instalar em portugal, mas, a mesma fábrica já se pode instalar em marrocos, porque eles têm cota de CO2. Será que a atmosfera não é a mesma?
Precisamente pelo facto de a atmosfera ser a mesma é que o Protocolo de Kioto procura ser universal.
Sendo a poluição (na melhor das hipóteses) só controlável pelos poderes públicos, a ideia é fazer com que cada país (por intermédio do respectivo governo) controle a que emite, o que levou ao artifício de atribuir quotas em função de alguns factores específicos.
a ideia subjacente é que, sendo verdade que o dinheiro é a grande mola da indústria (poluidora ou não), a compra e venda de direitos de emissão pode (teoricamente) ter alguma eficácia.
A evolução futura pode, precisamente, passar por aí:
É que, a par das indústrias poluidoras, começam a emergir as indústrias de despoluição.
Se estas derem mais dinheiro do que aquelas, é possível que o mercado resolva uma boa parte dos problemas...
Agradeço ao colega Medina Ribeiro a divulgação do meu artigo.
Aproveito a oportunidade para agradecer também a outro colega, o "céptico" Rui Moura, os valiosos ensinamentos que tem difundido acerca deste tema no seu blog "Mitos Climáticos".
Julgo que o Medina não leva a mal se deixar o aqui o link e convidar os leitores do Sorumbático a fazer uma visita ao "Mitos" : http://mitos-climaticos.blogspot.com/
JO
JO,
Claro que não levo a mal, pois este é um assunto grave, e todas as opiniões têm de ser ouvidas.
Outra abordagem do assunto:
Dizer que «não se deve fazer nada porque é uma guerra perdida» pode não ser correcto.
O mundo está cheio de "guerras perdidas" (droga, desastres, criminalidade, epidemias, etc) contra as quais se continuará a lutar.
Se o Protocolo de Kioto (ou outra iniciativa qualquer) ajudar a consciencializar as pessoas e a melhorar o ambiente (nem que seja "um pouco" e "só em alguns lugares"), já não é mau.
Claro que isso escusa de ser feito na base de imprecisões, mitos e mentiras - mas esse é outro aspecto.
Claro, também, que estão em causa eventuais fenómenos de LOOOONGO prazo e «o Homem só aprende por catástrofes» - ou seja: o Homem não é sensível aos problemas de longo prazo.
Como qualquer animal, «a primeira preocupação do Homem é COMER». Se isso implicar matar, mesmo que se trate do seu semelhante, não hesitará em fazê-lo - quanto mais se só implicar poluir!
Embora em tom de romance e com muita ficção à mistura, o livro «Estado de Pânico», de Michael Crichton, aborda muitos destes aspectos, pondo a tónica no que considera serem imprecisões e mentiras.
Embora o autor não seja cientista (mas sim médico e escritor de livros de ficção) vale a pena ler o que diz quando garante que a Terra não está a aquecer, os gelos polares não estão a derreter, os glaciares não estão a desaparecer, o nível do mar não está a subir - e tudo é fruto de organizações ambientalistas que vivem desse pânico, etc.
Até aí, tudo (mais ou menos) bem.
Mas vai mais longe e, a certa altura do livro, garante mesmo que o CO2 até é bom para as plantas e que um pouco de aquecimento global até pode ser benéfico...
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Entretanto, a Humanidade continua (e continuará sempre, pois faz parte da natureza humana) a «querer sol na eira e chuva no nabal»...
Crichton pode não ser bom médico, mas sabe bem a fórmula de sucesso de um escritor:
Pegou num tema quente e escreveu tudo ao contrário do que "quase toda a gente pensa".
Como documentou exaustivamente o que afirma (com gráficos, citações e relatórios - aparentemente - credíveis), teve sucesso e tiro-lhe o chapéu por isso.
Mesmo assim, retirando a "casca" necessária para um romance de sucesso, reconhece-se facilmente que muito do que lá diz é (ou pode muito bem ser) verdade.
De qualquer forma, entre os que dizem uma coisa e o que a contrariam há uma diferença importante: O PRAZO.
Ou seja: é possível que uns tenham razão a LONGO PRAZO, e os que dizem o oposto tenham razão a CURTO PRAZO.
Resta saber se no mundo há mais "políticos" do que "estadistas" - ou o inverso. É que é a noção de curto/longo prazo que faz a diferença entre uns e outros.
O facto de o Protocolo de Quioto não resolver a situação é indesmentível. Mas atenua e ainda não se encontrou uma solução melhor.
No que concerne à falta de provas científicas, só tenho duas palavras : que pobreza!
O autor parece defender que não vale a pena pensar a longo prazo porque, como disse alguém, a longo prazo estaremos todos mortos. E estaremos, mas somente os que andamos a fazer o mal, porque os nossos descendentes são quem pagará a factura.
Um dia destes, a minha sogra (pessoa do campo, com 82 anos) assustou-se e chamou a filha, porque a TV estava a dizer que o mar ia subir 6 metros.
Mas, logo a seguir, comentou:
- Ah, descansa, afinal é só daqui a 100 anos!
Nesse seguimento, a boa senhora enrolou-se bem no xaile, aninhou-se melhor no sofá... e nessa noite mais não disse - pois adormeceu santamente, como sempre faz.
Mesmo que seja daqui a cem anos, se tivermos a certeza de que o mar vai subir 100 metros, ou mesmo 50, é caso para nos preocuparmos já hoje. Temos descendentes a quem deixar um planeta habitável. Por isso, quer a subida do nível do mar seja provocado pelo dióxido de carbono, quer por outra coisa qualquer, há que planear a retirada das orlas marítimas. E já !. O processo levará certamente dezenas de anos e teria que ser iniciado dentro de muito pouco tempo.
Por isso, quando se vê responsáveis governamentais a alarmar as populações, ou a colaborar na campanha de alarme, com a perspectiva de subida do nível dos mares, para eles uma certeza, mais do que uma mera possibilidade, e se não propõem mais nada senão o Protocolo de Kyoto, que muitos consideram uma solução que já vem tarde, então, ou estão a brincar connosco, ou estão comprometidos com algo pouco confessável, concretamente as negociatas que têm despontado à sombra deste protocolo. E daí o motivo por que empreguei o termo fraude.
JO
Já experimentaram ir ao google video e pesquisar "The Great Global Warming Swindle"? Vejam! Talvez seja uma grande surpresa.
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