8.8.07

25ª HORA

Militares
Por Joaquim Letria
OS MILITARES PORTUGUESES estão por 10 reis de mel coado, os cuidados de saúde e de segurança social que lhes são devidos custam uns trocos, e o melhor que se espera é que venham a ser equiparados a funcionários públicos, o que para quem trabalha em disponibilidade total e pode dar a vida pela Pátria é, naturalmente, um desprimor.
Houve um tempo em que, para não cometer mais injustiças, o Estado pensou equiparar as contrapartidas que oferece aos oficiais militares, aos diplomatas, aos juízes e aos professores universitários. Mas depressa os militares ficaram para trás e ninguém foi capaz de acompanhar a passada dos juízes que, a tratarem da vidinha, são um “vê se te avias”. Resultado: quando a política externa assenta mais no esforço militar, os nossos oficiais, sargentos e praças são tratados abaixo de cão e só um distinto oficial e cavalheiro parece ter voz e memória em Portugal. Chama-se Loureiro dos Santos. O resto foi para termas, tratar do reumático, ou está a almoçar na Associação 25 de Abril…
«24 horas» de 25 de Julho de 2007

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A J.Letria faltou dizer que é no consulado do ex-CEME Gen. Loureiro dos Santos que os militares começam a ser "capados" (é bom não esquecer a Lei dos Coronéis...).
É claro que lhe foi mais fácil "dar de frosques" do que enfrentar a corja que se instalou no poder e suas antecâmaras.
A partir de então os CEME, escolhidos que são pelo poder político, mostraram ser exímios em "adaptar-se ao ringue" e muito depressa aprenderam a ser manhosos como os políticos.
Dá pena ver o que resta da dignidade militar e do seu múnus específico. Mas, pior, é constatar que os atingidos assobiam para o ar enquanto meia dúzia procura controlar os danos que a corja instalada a todo o tempo provoca.
Como foi bom ser militar no tempo do serviço obrigatório. Quando a corja de então passou as marcas foi corrida do poder em 24 horas. Se a corja de hoje, que apenas se move por dinheiro, vislumbrasse a hipótese de, numa destas madrugadas, ser corrida a pontapé por militares com tomates tudo seria diferente. Mas até os tomates viraram produto escasso!

8 de agosto de 2007 às 14:27  

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