27.12.07

A conversão de Blair

Por C. Barroco Esperança
O ANTIGO PRIMEIRO-MINISTRO BRITÂNICO, Tony Blair, converteu-se ao catolicismo, informou no último sábado a imprensa britânica, chamando conversão àquilo que eu designaria por transferência e que, quando é ao contrário, o Vaticano chama apostasia – um dos pecados mais graves para qualquer religião.
Veio ao encontro do apelo prosélito feito pelo Vaticano na última campanha de Inverno. Blair fingiu-se anglicano para ser primeiro-ministro e fez-se católico para melhor aturar a família, com as crianças já cativadas pelo catolicismo militante da pia consorte.
Não deixa de ser intrigante que todos os invasores do Iraque explicitem publicamente a sua fé quando esta devia ser, em países laicos, um adereço particular como um angioma na face, um quisto sebáceo no escroto ou uma verruga no pescoço.
Ao imaginar este belicista de joelhos vem à memória João Paulo II a rejeitar a guerra sem nunca desautorizar os invasores, todos amigos da hóstia e da missa. Excepto um cristão evangélico fundamentalista, todos eram católicos romanos como se vê pela afirmação pública do que agora se junta e que andava clandstino na fé anglicana – Blair.
Blair, Aznar, Barroso, Berlusconi e, naturalmente, os devotos da Polónia e da Áustria, todos eram tementes a Deus no tempo do papa que via no Opus Dei o Espírito Santo.
O trânsfuga resolveu dar uma prenda natalícia ao professor Rätzinger. Levou-lhe o corpo ao baptismo, a testa ao azeite e a língua à hóstia. O Papa já instruiu o clero para usar este troféu como argumento.

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4 Comments:

Blogger pandacruel said...

Pois, mas a linguagem está demasiado assestada, o que retira efeito ao texto, que não atende à propriamente chamada «largueza do reino de Deus». A espada de dois gumes não é nada de novo, vai continuar para além de nós, para o século XXII - tudo se perfila ainda nesse mesmo sentido, tanto institucionalmente como nos planos individuais com poder. Romper (com)isso, só se pudermos elevar bem alto qualquer coisa que se assemelhe ao decantar da compaixão (uma ideia habitualmente mal-tratada pelos académicos, por assim dizer). Produzir boas consequências não é nada fácil, no emaranhado dos tempos que correm.

27 de dezembro de 2007 às 18:58  
Blogger joshua said...

Ouve lá, ó Carlos Barroco, já reparaste como tens muita Igreja na escrita?

És claramente um Católico-de-Desdém. E quanto mais artilharia entreteces teclando, mais seduzido ME pareces.

Terás o quisto-sebáceo-no-cu de parecer Ateu?

PALAVROSSAVRVS REX

Abraço

29 de dezembro de 2007 às 14:31  
Anonymous Anónimo said...

Julgo que os autores e leitores deste interessante blogue agradeceriam que o nível dos comentários se mantivesse minimamente elevado.

29 de dezembro de 2007 às 19:26  
Blogger joshua said...

Julgo é que os autores e leitores deste interessante blogue não quererão ser mais papistas que o Papa e muito menos tomar a nuvem por Juno.

Por outras palavras, fala-me de 'nível' dir-te-ei da falsa pudicícia, ó Mend'Onça.

31 de dezembro de 2007 às 05:59  

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