12.1.08

"Nonchalance"

QUANDO LHE APRESENTARAM o estudo da CIP, Mário Lino, displicente, disse que lhe ia "dar uma vista-de-olhos" (sic).

Já depois de tomada a decisão de Alcochete, ouvimo-lo a explicar como é que se tinha processado a escolha (cito de memória, mas sem falhar muito): «A nossa opinião era que fosse na Ota. Mas também sempre dissemos que quem tivesse outras sugestões, as apresentasse. Foi isso que sucedeu; considerou-se que essa era melhor, e pronto.»

Em relação ao estudo do LNEC, declarou ao Expresso: «
Só tive de ler o sumário...»

*
Ora, juntando isso às inúmeras rábulas que já havia protagonizado, fica a questão e a perplexidade:

O que leva Mário Lino a querer dar, de si, uma imagem de pessoa sobranceira e negligente a roçar o anedótico - a de alguém que toma uma resolução dessa gravidade como quem decide onde vai jantar... dando uma vista-de-olhos displicente na página de gastronomia do jornal que encontrou no chão do autocarro?!

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4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Em entrevista à TVI, Mário Lino disse que a frase que utilizou ao chamar deserto à margem sul foi má, desculpou-se porque não tinha alternativa, enfim!
A titulo de curiosidade, um empresário do norte quer dar o nome a uma das suas empresas "...margem sul, jamais!" (salvo o erro). Para se ter mais uma noção da figura patetica que este Ministro fez, lembremos um discurso dele em que visava o problema de existirem milhares de aves migratórias, naquela area e que o sub-solo estava repleto de canais de água.
Perante esta baralhada que é que se pode pensar?

12 de janeiro de 2008 às 19:16  
Blogger Carlos Manta Oliveira said...

Das duas uma:
- É um Homem brilhante, um estratega brilhante, que se esconde por detrás de uma sequência de disparates, equívocos e trapalhadas, para desviar as luzes da ribalta, e poderá assim levar os seus propósitos a bom rumo, enquanto todos se distraem a comentar as imbecilidades;
- É um Homem que cometeu uma sequência de disparates, equívocos e trapalhadas que tem espantado tudo e todos com inúmeras imbecilidades.
Cada um terá a sua opinião, a minha é a de que Jorge Sampaio por muito, mas muito menos fez cair um Governo.

13 de janeiro de 2008 às 01:13  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Eu julgo que há duas diferenças:

A primeira é que, enquanto com Santana Lopes as mudanças eram aleatórias, agora estão a seguir as directivas de Cavaco (a recusa do referendo e o abandono da Ota, que são as maiores).

A segunda é que, a Cavaco, não lhe agrada a versão actual do PSD (Menezes + Santana, um par que deve odiar...) mesmo que, eventualmente, viesse a substituir o PS.

-

Ou seja:
Cavaco tem, actualmente, um governo que faz o que ele (Cavaco) quer.
Acredito que gostasse mais de ter um do PSD, mas não do ACTUAL PSD.
Mal por mal... E não esqueçamos que Sócrates entrou para a política pela JSD.

13 de janeiro de 2008 às 10:30  
Anonymous Anónimo said...

Na realidade, as maiores (e mais graves) acrobacias foram feitas sob pressão de Cavaco, o que faz com que a comparação com as de Santana não seja muito curial.

Então o PR forçava o governo a dar essas cambalhotas, e depois ia demiti-lo por tê-las feito?!

Pode vir a demiti-lo, sim, mas por outros motivos. E, já agora (como não é parvo), quando vir no horizonte uma alternativa que lhe agrade.

Para já, Sócrates serve-lhe perfeitamente: faz (no essencial) o que ele quer, e apanha com o odioso. Para Cavaco, a política é uma actividade de longo prazo. E bem.

13 de janeiro de 2008 às 11:54  

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