Cita...dores
QUANDO ALGUÉM pespega uma determinada citação numa conversa, discurso ou simples texto, pode pretender, apenas, dar mais colorido às suas palavras; mas, quase sempre, fá-lo parasitando a autoridade do citado que, quer queira quer não, vem em auxílio do citador.
No entanto, há algumas condições que convém respeitar para se ser bem sucedido:
A primeira, é não exagerar - lembram-se da célebre entrevista de Sócrates ao «Expresso» que, por pouco, tinha mais palavras dos citados do que dele?
A segunda, é que venham a propósito - de contrário, teremos um chorrilho de palavras bem-sonantes mas sem nexo, num exercício de retórica a que os espanhóis chamam cantinflar - em homenagem às inenarráveis discursatas de Cantinflas.
A terceira... bem... já agora, que estejam correctas.
Esta última, que parece ser a mais importante, vem à colação do que disse Luís Filipe Menezes, há dias, na entrevista à SIC:
«Parafraseando John Wayne, sinto nestas alturas que toda a gente está contra mim excepto o povo».
«O John Wayne disse isso?!» - pasmaram os cinéfilos que sabem de cor tudo o que o homem disse ou deixou de dizer. - «Em que filme?! A que propósito?!».
Pois é, afinal houve confusão... A frase é de John Diefenbaker, ex-primeiro-ministro canadiano.
*
Mas eu até estava para não escrever nada sobre isso (o assunto já foi glosado em diversos blogues e parece que só Ângela Silva, do «Expresso», ainda não conhece a rábula), se não acontecesse o seguinte:
Ao fazer, a propósito, uma pesquisa em 'John Wayne', encontrei esta fotografia. E será dos meus olhos, ou parece mesmo o seu desastrado 'citador'?!
Etiquetas: CMR
2 Comments:
Isso não se faz ao John Wayne, caramba!
Concordo. O John Wayne deve tar ás voltas no tumulo á conta disso...
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