19.5.08

Portugal ‘break dancing’

Por Jorge Pacheco de Oliveira
O dinheiro na mão dos empreendedores produz mais riqueza do que nas insondáveis repartições do Estado.
UM DOS PASSES MAIS CURIOSOS da ‘break dance’ é aquele em que o executante simula andar para a frente, mas desliza habilmente para trás. Ora, quando o actual primeiro-ministro (PM) insiste em que o país está a andar para a frente, mas os portugueses sentem a vida a andar para trás, é caso para dizer que, além do ‘jogging’, o actual PM abraçou decididamente a ‘break dance’.
Com efeito, um país em que se alarga o fosso entre ricos e pobres, como é o caso notório de Portugal, é um país que anda para trás, o que não deixa de ser curioso quando governado por socialistas, pessoas que se reclamam de uma ideologia de solidariedade e outros generosos sentimentos.
Acerca do presente retrocesso de Portugal, muitos indicadores podem ser apontados. Em artigo anterior, nesta coluna, o eng. Mira Amaral abordou oportunamente um indicador raramente referido, o consumo de energia eléctrica, o qual revela uma das mais fortes correlações com o progresso económico, e que vale a pena retomar.
De facto, é universalmente reconhecido que a energia, principalmente a energia eléctrica, a mais versátil forma de energia, constitui o suporte do crescimento económico, sendo o consumo de energia per capita um dos parâmetros que melhor caracteriza o estádio de desenvolvimento de uma sociedade.
O autor destas linhas tem uma particular confiança neste indicador, em Portugal, porque teve o privilégio de, há quinze anos, ser incumbido pelo CA da EDP para dirigir a equipa que planeou e instalou o avançado sistema de telecontagem que passou a proporcionar leituras síncronas, com elevada exactidão, dos trânsitos de energia em todas as ligações entre a produção, transporte e distribuição.
Sucede que em Portugal a evolução do consumo de energia eléctrica decaiu muito bruscamente desde há três anos. Os registos mostram que entre 1998 e 2005 o consumo nacional de energia eléctrica cresceu a uma taxa média anual de 5%. Foi mais do que a média de crescimento dos nossos parceiros europeus, que é um pouco inferior a 2%, mas é compreensível que assim seja porque o consumo per capita nacional representa ainda cerca de dois terços do consumo per capita médio dos países cujo nível de vida procuramos alcançar.
Ora, em 2006 o aumento do nosso consumo de energia eléctrica limitou-se a 2,6%. Em 2007 apenas a 1,8%. E no decurso de 2008 o crescimento em período homólogo é praticamente nulo. O problema é que a estagnação do consumo nacional de electricidade não se verifica pelas melhores razões. O país não está a racionalizar consumos, nem a substituir a energia eléctrica por qualquer outra forma de energia.
O significado disto só pode ser um: por mais que o actual PM execute o seu número de ‘break dance’, o país está, desde há três anos, em franca desaceleração económica. É o tempo que leva de governação o actual PM. Coincidência? Provavelmente não. O aumento brutal da carga fiscal, incluindo as cobranças decorrentes do combate à evasão e fraude, não podia ter efeitos positivos na economia. O dinheiro na mão dos empreendedores produz mais riqueza do que nas insondáveis repartições do Estado.
É importante que o indicador energético seja acompanhado com atenção. E, sobretudo, que os analistas mais lúcidos não permitam que se torne um tema exclusivo da cartilha aterrorizadora dos fanáticos do ‘global warming’. Tarefa espinhosa num país com excessiva presença estatal, como é o nosso, em que a maioria dos técnicos com conhecimentos nesta matéria depende directa ou indirectamente de um governo sugestionável, que acredita em alterações climáticas de origem antropogénica.
Mas terminemos com uma palavra de conforto. Há que reconhecer e elogiar a decisão do actual PM ao lançar a construção de uma dezena de novos aproveitamentos hidroeléctricos. Até que enfim! Só falta saber se tem coragem para reverter uma das mais infames decisões neste domínio, que foi o cancelamento da barragem de Foz Coa, um empreendimento de vital importância para a exploração e regularização da cascata do Douro nacional.
«DE» de 8 Mai 08 - http://competitividade.com.sapo.pt

21 Comments:

Blogger Rui Fonseca said...

"(...)sendo o consumo de energia per capita um dos parâmetros que melhor caracteriza o estádio de desenvolvimento de uma sociedade (...)

Depende do que entende por desenvolvimento e da utilização que é feita do consumo.

A produção de lixo doméstico também é, segundo o seu critério, um bom indicador.E, no entanto, esse crescimento coloca cada vez mais problemas às sociedades.

Salvo melhor opinião, o crescimento económico não se faz, ncessariamente, à custa de maiores consumos energéticos mas da produtividade que pode obter-se com esses consumos.

Sabemos que a produtividade da utilização energética em Portugal é baixa.

Mais importante que consumir muito é tirar partido dos consumos para a produção de bens e bem estar.

Com o crescimento (irreversível) dos preços dos combustíveis, hoje mais que nunca é imperioso adoptar medidas de poupança de energia.
Esse é que é o caminho certo.
O crescimento dos consumos realmente necessárioa ao crescimento virá por acréscimo.

20 de maio de 2008 às 10:06  
Blogger Oscar Maximo said...

Estou um pouco baralhado: não é a EDP que mandava uns papelinhos a incentivar a poupança de energia? Ou devemos só poupar na água?
Não devemos chamar fanáticos aos que pensam existir um aquecimento provocado pelo homem, assim como aos que pensam não existir. Dado o incontroverso efeito de estufa em ambiente confinado - efeito esse tabelado muitos anos passados - é natural que caminhemos para uma situação de equilibrio diferente e desconhecida, pondo-se a questão se queremos deixar um ambiente diferente daquele onde evolui a espécie.

20 de maio de 2008 às 10:24  
Blogger Jorge Oliveira said...

«Depende do que entende por desenvolvimento e da utilização que é feita do consumo. A produção de lixo doméstico também é, segundo o seu critério, um bom indicador.E, no entanto, esse crescimento coloca cada vez mais problemas às sociedades.»

Ó caro leitor. Eu apreciei imenso o seu comentário. Dá-me oportunidade de esclarecer o meu entendimento : eu defendo o consumo de energia à fartazana ; defendo a produção de mais lixo ; defendo tudo o que pode colocar mais problemas à sociedade.

20 de maio de 2008 às 16:38  
Blogger Jorge Oliveira said...

Os papelinhos da EDP a recomendar a poupança de energia são apenas um exercício de marketing dos vivaços que tomaram conta da empresa de há uns anos para cá.

«Dado o incontroverso efeito de estufa em ambiente confinado»

A atmosfera não constitui um ambiente confinado. Pelo contrário, é um ambiente bem aberto. Mas o problema é que a expressão “efeito de estufa”, aplicada à atmosfera terrestre, não é correcta. Porque o efeito de aquecimento da atmosfera é completamente diferente do efeito provocado por uma estufa.

Claro que para ter medo do efeito de estufa tanto faz, mas convem procurar conhecer os assuntos com algum rigor. Pode ser que se descubra que alguns medos não se justifiquem.

20 de maio de 2008 às 16:51  
Blogger Oak said...

Comeco por pedir perdao pela lamentavel falta de acentuacao (teclado Uk exclusivo). Feito o "mea culpa", adiante:

"Claro que para ter medo do efeito de estufa tanto faz, mas convem procurar conhecer os assuntos com algum rigor. Pode ser que se descubra que alguns medos não se justifiquem."

Existe aqui alguma mistura de argumentos, diria mesmo uma mensagem subjacente. Devo dizer que estou absolutamente de acordo com o argumento de que o consumo de energia electrica esta ligado essencialmente a actividade industrial. Donde decorre que, se a actividade industrial e o motor de uma economia, segue-se com alguma razao que a saude economica de um pais estara correlacionado com o seu consumo de energia electrica. Nada tenho contra esse argumento. Idem para os "papelinhos" da EDP. Chama-se "Greenwash", e e, efectivamente, uma accao de marketing sem grande substancia, a nao ser a de melhorar (?) a imagem publica da EDP.

Ora, o que aparece em paralelo e a idea, perfeitamente demagogica, de que existe uma "cartilha aterrorizadora dos fanáticos do ‘global warming’ ". Aqui, e aproveitando o conselho dado aos leitores com tanta elevacao, gostaria efectivamente de aconselhar o escritor do post a conhecer a fundo os assuntos, e nao a deixar pairar sobre os leitores a confusao de que, porque, aparentemente, e um entendido em redes de transporte de energia a escala de tecido economico, passa tambem a ser um entendido em clima global e suas ligacoes ao ciclo do carbono, agindo entao com algum paternalismo sobre aqueles que o interrogam, naturalmente.

Este tipo de argumentacao e conhecida em logica, dando pelo nome de 'apelo a autoridade'. Mas e uma falacia, e senao, vejamos: porque V. Exa percebe de energia (veja-se o estabelecimento da autoridade neste campo logo no inicio do post), entende que essa autoridade tambem se estende as afirmacoes subjacentes sobre "global warming". Resta-me efectivamente dizer o obvio. V. Exa nada entende de clima, nem do que se esta a passar com este ultimo a escala global, nem sequer do que se passara no futuro. O que talvez lhe faca proveito: dormira mais descansado.

20 de maio de 2008 às 17:40  
Blogger Rui Fonseca said...

Este comentário foi removido pelo autor.

20 de maio de 2008 às 18:05  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

O 'post' seguinte, «Ursos», acaba por ser um bom complemento a este.

20 de maio de 2008 às 18:11  
Blogger Rui Fonseca said...

" eu defendo o consumo de energia à fartazana ; defendo a produto de mais lixo ; defendo tudo o que pode colocar mais problemas à sociedade."

Nem v. disse isso nem eu. Mas disse que o indicador do consumo energético é fiável para a avaliação do crescimento económico. O que, em certa medida é verdade. Tal como a produção de lixo doméstico, o consumo de papel, etc.

Contudo, o crescimento económico indiciado por estes indicadores pode estar a ser enviesado por comportamentos antieconómicos e não ecológicos. A economia e a ecologia não são adversárias.

A produtividade dos consumos energéticos está significativamente abaixo daquela que se observa na Dinamarca, por exemplo. Significa isto que temos muito por onde crescer sem fazer crescer proporcionalmente os consumos energéticos.

Ou não é verdade?

20 de maio de 2008 às 18:17  
Blogger Jorge Oliveira said...

Não é obrigatório que um engenheiro electrotécnico, como é o meu caso, seja um especialista em climatologia, como também não é o meu caso.

Mas um técnico que passa vários anos na universidade a estudar ciências fundamentais tem alguma obrigação de conservar um mínimo de espírito científico na observação do mundo que o rodeia.

Uma hipótese como a do aquecimento global de origem antropogénica, a confirmar-se, teria consequências graves para vida do Homem sobre o planeta. Mas muitas das afirmações definitivas que nesta matéria são emitidas não merecem suficiente credibilidade a quem respeita a Ciência e aceita o método científico como o único que permite entender a Natureza.

O clima é uma matéria muito complexa. Tem por detrás uma multiplicidade de variáveis que não são fáceis de especificar nem de quantificar. Afirmações categóricas acerca do clima que se observará daqui a cem anos, proferidas por pessoas que, tal como muitas outras, não sabem sequer prever o clima daqui a uma semana, são susceptíveis de nos levantar reservas e de nos fazer suspeitar de que alguma parte da história não está bem contada.

Não é preciso ser um especialista em climatologia para perceber o que vem escrito nos múltiplos artigos que são produzidos acerca do clima e das alterações climáticas pelos estudiosos desta matéria. E se não nos deixarmos aprisionar por ideias feitas, depois de algumas leituras é possível começar a distinguir o que se afigura como Ciência e o que não passa de excesso de “zelo”, ou mesmo de ficção.

Foi por isso que me empenhei, em parceria com um colega, esse sim especialista em climatologia, na tradução e publicação, em Portugal, de um trabalho intitulado “A Ficção Científica de Al Gore”. O livro foi posto à venda, na semana passada, nas maiores livrarias. O autor, Marlo Lewis Jr., não é um climatologista, mas valeu-se dos trabalhos de muitos cientistas que analisaram as afirmações de Al Gore e chegaram à conclusão de que se algumas delas até podem estar correctas, a esmagadora maioria não passa de ficção.

20 de maio de 2008 às 22:57  
Blogger Oak said...

Este comentário foi removido pelo autor.

21 de maio de 2008 às 01:05  
Blogger Oak said...

Caro Eng Jorge Oliveira. Então estamos os dois de acordo. Há aqui um problema grave. É que a simples enormidade das potenciais consequências tem por vezes apelado mais à emoção do que a razão - afinal, somos todos humanos. Neste momento, são claros dois aspectos. Um é que vai ser necessário intensificar os estudos dos mecanismos de 'feedback' sobre o clima, de forma a sustentarmos melhor a nossa capacidade de previsão. Outra é que todos nós que estamos quase amordaçados pelo nosso sentido crítico, pela nossa devoção à razão, não cedamos a emoção, principalmente a fácil. De notar que concedo que por vezes algumas opiniões, na nossa praça, não tornam fácil a restrição. Mas cedendo à tentação, contribuimos para a confusão e a incerteza vivida pelo publico em geral. Pessoalmente, entendo que há bastante tempo para o pânico. Não sejamos nós a promover, no entanto, a confusão. A mensagem da ciência deve ser sempre clara, e baseada exclusivamente na evidência experimental. Deste modo, passa também uma mensagem de confiança. Bem sabe que precisaremos todos, no caso de alguns cenários se virem a confirmar ou a tornar-se mais prováveis, com o acumular de evidência. Se a houver em contrário, acredite: é um peso que me tira de cima, e do meu grupo de investigação. Tomara.
Um abraço a todos deste blog, que leio com toda a atenção desde que emigrei e que considero o mais fiável retrato de Portugal a que consigo ter acesso.

21 de maio de 2008 às 01:20  
Blogger Jorge Oliveira said...

Caro Oak : folgo em verificar que existe uma base de entendimento, e que essa base é o apreço pela Ciência e pelo método científico, porventura o cimento em que mais podemos confiar para a construção do edifício do Conhecimento.

Desejo-lhe os maiores sucessos na sua tarefa de investigação. Não sei se entendi bem, mas se está ligado a estas matérias, acredite que, se encontrar argumentos que me convençam da existência de uma efectiva relação causa-efeito entre alterações climáticas e actividade do Homem, serei o primeiro a levá-los em devida conta.

21 de maio de 2008 às 08:04  
Blogger Rui Fonseca said...

"UM DOS PASSES MAIS CURIOSOS da ‘break dance’ é aquele em que o executante simula andar para a frente, mas desliza habilmente para trás."

Ou vi mal ou foi o que também lhe aconteceu, não? O propósito primeiro do seu artigo, salvo erro, não era o aquecimento global mas o arrefecimento da economia portuguesa.

21 de maio de 2008 às 08:34  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Já agora, deixem-me 'meter o bedelho':

O fenómeno de "estar a andar para trás quando se julga estar andar para a frente" pode também verificar-se na maquineta cuja foto se vê no post «O topete e o tapete», afixado neste mesmo blogue - ver [aqui].

21 de maio de 2008 às 08:52  
Blogger Jorge Oliveira said...

Ó caro Rui Fonseca : eu dei quatro passos para a frente !

1- Revelar que o consumo de energia eléctrica anda pela hora da morte, o que não indicia nada de bom para a nossa economia.

2 - Malhar nos fanáticos do global warming.

3 - Elogiar o PM (de quem não gosto nada, mas como tenho o azar de ser um tipo isento...) acerca da decisão de construção dos aproveitamentos hidroeléctricos.

4 – Chamar a atenção para a necessidade de relançar Foz Coa.

Para quem dispõe apenas de 4000 caracteres, incluindo espaços, para escrever estes artigos no Diário Económico, tem de reconhecer que foi obra.

21 de maio de 2008 às 11:37  
Blogger Rui Fonseca said...

Caro Jorge Oliveira,

Obrigado pela atenção que os meus comentário lhe mereceram, comentários que não podiam (nem queriam) retirar mérito ao seu texto.

O que reparei foi que os indicadores podem esconder outras realidades. Dediquei à questão umas reflexões nas minhas palavras cruzadas. Se tiver tempo e pachorra vá até lá e discorde.

21 de maio de 2008 às 13:09  
Blogger Rui Fonseca said...

Volto só para informar que, como o caminho não é directo, o meu texto está em

http://aliastu.blogspot.com

21 de maio de 2008 às 13:12  
Blogger Oak said...

Caro Jorge Oliveira,

(Teclado UK, perdao mais uma vez). E sempre um gosto discutir estas coisas com alguma elevacao. E que esta encontra-se tao divorciada da generalidade dos "soundbites" emanados na nossa praca que nao resisto em manter o dialogo, quanto mais nao seja por saudosismo. Nao tenho duvidas de que existe uma relacao causa efeito entre a accao do Homem e a modificacao da composicao atmosferica, tal como nao ha grandes duvidas de que essa alteracao da composicao atmosferica esta alterando os padroes de clima. Esta conviccao (a falta de melhor termo) esta baseada em dados, e muitos. Teria todo o gosto em explicar mais detalhadamente os porques, mas imagino que o dignissimo proprietario deste blog, CMR, nao apreciaria ver isso feito no sector dos comentarios, e muito menos "off-topic". No entanto, fica a disponibilidade. E que o facto de estarmos a assistir a interferencia do homem sobre o clima surge infelizmente em simultaneo com a reducao acelerada de disponibilidade de combustiveis fosseis, o que nos faz entrar numa era em que a discussao sobre o nosso futuro como especie aparece em paralelo, infelizmente, com a necessidade de procurar tornar mais eficiente o uso da energia disponivel e ainda procurar alternativas. Embora ambas coexistentes, sao duas linhas de pensamento que muitas vezes se confundem, para desgraca do raciocinio mais lucido. Um abraco.

26 de maio de 2008 às 15:51  
Blogger Jorge Oliveira said...

Caro Oak

Julgo que posso dar-lhe uma ajuda por interposta pessoa, o Marlo Lewis Jr., autor de um trabalho cujo título diz de imediato ao que vem, "A Ficção Científica de Al Gore", uma obra que ajudei a traduzir e que pode encontrar no site da FNAC, através deste link:

http://www.fnac.pt/pt/Catalog/Detail.aspx?cIndex=0&catalog=livros&categoryN=Livros&category=divulgacaoCientifica&product=9789898020208

Se não estiver disposto a adquirir o livro, tem ainda a possibilidade de ler a vastíssima informação acerca desta matéria que é disponibilizada pelo meu colega Rui Moura - que também participou na tradução do livro – no blog Mitos Climáticos, acessível através deste link :

http://mitos-climaticos.blogspot.com/

Depois de ler o que diz o Marlo, ou o Rui Moura e muitos cientistas do conjunto dos chamados “cépticos”, julgo que não continuará a acreditar piamente nas teses que dão como certa a influência antropogénica na evolução do clima.

26 de maio de 2008 às 18:19  
Blogger Oak said...

Caro Jorge oliveira,

Sim, estou a par da literatura cientifica, como podera calcular. Assisti inclusivamente recentemente a uma conferencia dada por Christiansen - ha que ver tudo, nao e?

Ja agora, uma ajuda da minha parte:

http://www.realclimate.org/index.php/archives/2007/10/

Quanto ao Blog que referencia, nao e mais do que uma ode ao "cherry-picking". Interessante a fotografia do Niagara, no entanto. Aparentemente, surge como prova incontestavel de que o clima la foi mais frio - e como a neve na Grecia...

Um abraco

27 de maio de 2008 às 16:51  
Blogger Jorge Oliveira said...

Caro Oak

Se tivesse consigo o livro “A Ficção Científica de Al Gore”, poderia ler na página 25 uma nota de pé de página, a número II, em que eu e o Rui Moura deixámos o seguinte :

O RealClimate.Org é um blog que critica os “cépticos” do aquecimento global, focando os seus ataques num outro blog, o Climate Audit. No RealClimate.Org pontifica Michael Mann, co-autor do tristemente célebre “Hockey stick” (que será abordado no Cap. 3). No Climate Audit pontifica Steve McIntyre, que em conjunto com Ross McKitrick, ajudou a desmascarar a fraude do “Hockey stick”.

Ou seja, como quer que dê crédito a um blog cujo principal animador é o autor de uma fraude “científica”?

A atitude científica deve levar-nos a procurar informação em todas as fontes possíveis, mas julgo que é de elementar bom senso rejeitar os textos dos aldrabões.

Relativamente ao blog Mitos Climáticos, do meu colega Rui Moura, considero que a sua classificação de cherry-picking é no mínimo apressada, mas suficiente para perceber que estamos tão próximos nas nossas ideias acerca das alterações climáticas como um católico de um ateu. Em suma, não vale a pena esgrimir argumentos.
Os meus cumprimentos

28 de maio de 2008 às 12:01  

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