17.5.08

Gondomar

Por Antunes Ferreira
MONS PARTURIENS. O País, que, ansioso, parara por momentos, ficou desalentado. Bastaram seis minutos, seis, para acontecer o que se sabia que ia… acontecer. De algum modo, os Portugueses respiraram, aliviados. Nestas – e noutras coisas – somos uns sentimentalões. Quanto mais inconclusivas forem as diligências no sentido de se chegar a uma conclusão, mais nós torcemos por que a montanha acabe por parir um ratinho.
Dito isto, vamos aos factos. Na quarta-feira, no Tribunal de Gondomar, o frente-a-frente entre Pinto da Costa e Carolina Salgado deu em nada. As respectivas versões contraditórias sobre alegados encontros num restaurante entre Pinto da Costa, Pinto de Sousa, ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação e Valentim Loureiro foram mantidas.
A acareação fora pedida pelo Ministério Público, no âmbito do processo Apito Dourado. E, na sequência, foi a primeira vez que o Presidente do Futebol Clube do Porto e a sua ex-companheira se encontraram na barra judicial, pasme-se, na condição de… testemunhas.
Pinto da Costa continuou a dizer que nunca jantou no restaurante Degrau Chá, com Pinto de Sousa, Valentim Loureiro e Carolina Salgado. Casa que, de resto, é de propriedade de familiares do antigo presidente boavisteiro. O imbróglio mantém-se, nem outra coisa seria de esperar.
A versão foi, naturalmente, contrariada por Carolina que garantiu precisamente o contrário, acrescentando ainda que esteve com estas pessoas no camarote do Estádio do Bessa. Carolina Salgado disse ainda que, nessa ocasião, Valentim Loureiro pediu a Pinto da Costa para interceder junto de Pinto de Sousa para escolher árbitros para os jogos do Gondomar.
Nesta acareação, Pinto da Costa afirmou que nunca pediu árbitros para os jogos do FC Porto, quanto mais para outro clube. A menina de alterne acusou Pinto da Costa de «mentir» e o dirigente portista ripostou da mesma maneira. Mas, Jorge Nuno ainda acrescentou que «O sorriso diz tudo. É totalmente falso!»
Quando a Rádio Televisão Portuguesa dava os primeiros passos, para não dizer que ainda engatinhava, qualquer anomalia que se verificasse levava a que nos ecrãs a preto e branco surgisse o logótipo da empresa e uma fórmula que se tornou calina: «Pedimos desculpa por esta interrupção. O programa segue dentro de momentos».
Na sala de audiências de Gondomar foi o que aconteceu. Por lamentável «falha técnica» não se chegou a nada de concreto. Daí que o desenrolar deste intrincado apito siga dentro de momentos. Adoramos continuados, mesmo que não tenham o suspense do Senhor Hitchkok. As telenovelas são exemplo mais do que elucidativo.

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1 Comments:

Blogger Enigma said...

A menina de alterne acusou Pinto da Costa de «mentir» e o dirigente portista ripostou da mesma maneira.
Revelador da sua posição...

17 de maio de 2008 às 15:00  

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