3.7.08

Galeria

Por João Paulo Guerra
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O Ministério da Educação tomou a ‘kim il-sunguiana’ decisão de abrir uma galeria com as fotos dos 28 titulares da pasta desde Dezembro de 1962 à actualidade, isto é, de Galvão Teles a Maria de Lurdes Rodrigues.

ANTES DE MAIS, porquê Dezembro de 1962? Para excluir o ministro da crise académica de 1962 e marcar uma fase “democrática” do salazarismo e marcelismo, com os ministros Galvão Teles, José Hermano Saraiva e Veiga Simão? Ou será porque, contando com o ministro Manuel Lopes de Almeida se tornaria mais difícil à actual titular da pasta bater o recorde da permanência à frente dos destinos da educação nacional? Talvez sim, porque já antes se suspeitava que a ministra, particularmente com os novos e altamente tolerantes critérios de avaliação, andava a trabalhar para as galerias.
De qualquer forma, o singular passadiço do Ministério tem uma vantagem. De agora para o futuro, se alguma instituição ou alguém quiser saber dos regentes pelos dramáticos resultados da educação em Portugal tem o cadastro dos responsáveis relativamente à mão. Alvíssaras! Procura-se! Estão ali. E, tirando muito raras excepções, ali estão os homens e mulheres que deveriam responder pelo abandono e insucesso escolar, pelo baixo desempenho e competência dos jovens portugueses, pela péssima média das habilitações da população, pela insatisfação generalizada com o sistema de educação, por tudo o que faz da educação o maior caso de insucesso de Portugal na Europa.
Ali estão: de um fugaz ministro por um mês ao ministro da Educação que “interviu”, do ministro dos “vigilantes” nas Faculdades à ministra contestada na rua pela “geração rasca”. Todos juntos formam a galeria de um dramático insucesso português.
«DE» de 3 de Julho de 2008 - c.a.a.; foto: «DESTAK»

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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bom, se o objectivo da Ministra da Educação era bater um recorde de permanência, já o fez. Agora pode-se retirar, por favor!

3 de julho de 2008 às 19:56  
Blogger GMaciel said...

Eheheh... não posso deixar de me rir com o comentário do Bern. É o que ele diz, se já beteu o recorde, então que saia que já está a mais.

Já agora, subscrevo em particular o último parágrafo, pertinente e certeiro.

4 de julho de 2008 às 10:32  

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