Tudo é previsível, até as eleições
Por Nuno Crato
NA SEMANA PASSADA falámos da dificuldade em prever eleições e do grande progresso conseguido pelos inquéritos de George Gallup (1901–1984), que introduziram técnicas científicas de amostragem.
As sondagens, contudo, apenas têm uma eficácia razoável perto da data de eleições. Os estatísticos e estudiosos que se têm dedicado a estes assuntos estão convencidos de que é possível fazer previsões razoáveis com mais antecedência, entrando em consideração com outros factores. Têm construído modelos para as eleições presidenciais norte-americanas entrando em conta com muitas variáveis.
Significativamente, os modelos que obtêm mais sucesso consideram como variável principal o estado da economia, uma vez que os votantes associam os sucessos ou os insucessos ao partido no poder, mesmo que percebam que a economia tem uma dinâmica própria para a qual os governantes pouco contribuem. Em seguida vem uma tendência do eleitorado para alternar o partido no poder. Em terceiro lugar aparece a credibilidade do candidato.
Mas muitas outras variáveis têm sido tomadas em consideração. Depois de construírem os modelos, os estatísticos testam-nos e calibram-nos com os resultados históricos. Alguns modelos, nomeadamente os do economista Ray C. Fair, de Yale, conseguem prever correctamente as eleições do passado desde que prevejam correctamente a situação económica nas vésperas das eleições.
Fazem-se umas previsões à custa de outras. Fair colocou na Internet uma versão simplificada do seu modelo. Cada um pode tentar a sua sorte.
«Passeio Aleatório» - «Expresso» de 19 de Julho de 2008
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