Os Jogos
Por Joaquim Letria
ACABARAM, FINAMENTE, os Jogos Olímpicos de Pequim e Portugal, como todos nós sabemos, oscilou entre o garrote, o desespero e a vergonha e a heroicidade, o sacrifício e o bem comum. Bastou a medalha de Ouro dum costa-marfinense e a de prata duma heroína do Norte para se obter a diferença. A Marinha já não morreu na praia, até vai reformular as guarnições e preparar os próximos desembarques e as Associações, o governo tutelar e os atletas portaram-se melhor do que o Churchill, e os combatentes nas pistas e mares foram melhores do que os vencedores da batalha de Inglaterra.
A maioria ainda se recordará do espírito de Coubertin, a necessidade absoluta de se ser amador, a importância única e vital de participar, a vergonha de receber subsídios, bolsas e “cachets”. Já não é assim. Todos gritam pela necessidade de se ser profissional e brioso. Daqui a quatro anos, em Londres, ainda vai ser pior.
«24 Horas» de 25 de Agosto de 2008
Etiquetas: JL
2 Comments:
Ao lerem este texto, a expressão que mais se irá ouvir é "Couber quem?!?"
Abraço!
De um fôlego, passou-se do fosso da Vergonha Nacional para a melhor classificação de sempre em JO. E até o dirigente máximo, que dizia ir retirar-se pela porta baixa do palco, vem agora reconsiderar etc. e tal., e em Londres é que vai ser.
Enviar um comentário
<< Home