Núcleo museológico do Alto de São Bento
Por A.M. Galopim de Carvalho
DOIS ANOS DEPOIS DA CONQUISTA DE ÉVORA, em 1165, por Geraldo Geraldes, o Sem Pavor, e do foral que lhe foi dado por D. Afonso Henriques, erguia-se, a 2 km da cidade, no sopé de uma colina, uma pequena ermida dedicada a São Bento, italiano nascido no ano de 480, em Núrsia, fundador do monaquismo ocidental e criador da ordem religiosa que alude ao seu nome - a Ordem Beneditina. Um século mais tarde, sobre esta ermida nascia o convento cisterciense de São Bento de Castris, uma das mais antigas instituições religiosas femininas e, oito séculos depois, no cimo do cabeço, ali ao lado, o Núcleo Museológico do Alto de São Bento.
Numa tradição vinda dos avós, muitas famílias de Évora comiam o “assado” neste cabeço arborizado e fresco onde, há mais de 3000 anos, existiu um castro da Idade do Ferro. Reminiscência pagã, a anunciar a primavera, esta romaria popular, no dia a seguir ao Domingo de Páscoa, ou seja, na Segunda-feira de Festa, como ainda por lá se diz, não tinha deuses nem santos. Para mim e para os que ali confraternizavam, São Bento era apenas o nome de uma colina de granito com três ou quatro moinhos abandonados e em ruína.
(...)
Etiquetas: GC
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home