23.10.08

Luz - XXVIII

Fotografias de António Barreto - APPh
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Tormes é uma terra virtual. É uma aldeia sonhada por Eça de Queirós em “A cidade e as serras”. O nome da ficção acabou por dar nome à terra real. Ali, a mulher de Eça tinha uma casa e uma quinta. Eça esteve lá uma única vez, não mais de dois dias, detestou o desconforto, o frio, o nevoeiro, tudo. Fugiu. A família, décadas depois, conservou a casa, arranjou-a primorosamente, ali produz vinho verde de boa qualidade. Ali estão umas recordações e umas relíquias do escritor. Quando lá cheguei, este senhor aparava a hera. Com a minúcia de uma manicura. (1990).
NOTA: estas fotos, juntamente com crónicas diversas do mesmo autor, estão também no seu blogue Jacarandá

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3 Comments:

Blogger Fernando Ribeiro said...

(...) O nome da ficção acabou por dar nome à terra real. (...)

Acho muito estranha esta afirmação de António Barreto, que dá a entender que o nome real da terra real é agora Tormes. Não é.

A terra real continua a chamar-se Santa Cruz do Douro e fica no concelho de Baião, distrito do Porto. É servida pela turtuosíssima mas deslumbrante estrada que liga Entre-os-Rios ao Peso da Régua, subindo o vale do Rio Douro.

(A título de curiosidade, refira-se que próxima de Santa Cruz do Douro fica uma outra localidade que se chama Santa Marinha do Zêzere.

Do Zêzere?! - perguntar-se-á.

É verdade, do Zêzere, embora o Rio Zêzere fique a uns bons cento e cinquenta quilómetros dali ou mesmo mais! Estranho, não é?)

Quanto ao vinho produzido em Santa Cruz do Douro pela Fundação Eça de Queirós, acho-o alcoólico demais para ser um bom vinho verde. É certo que as terras de Baião produzem verdes bastante fortes, mas o vinho "Tormes" abusa da graduação.

24 de outubro de 2008 às 01:20  
Blogger Fernando Ribeiro said...

Corrijo um erro de ortografia que cometi: é tortuosíssima e não turtuosíssima que se escreve.

24 de outubro de 2008 às 01:23  
Blogger António Barreto said...

Prezado Denudado (?),
Sei aquilo que me diz. E tem razão, mas eu não disse o contrário. É verdade que não referi o facto de o nome "oficial" ser Santa Cruz do Douro. Mas o que quis dizer é que o nome da ficção ganhou pergaminhos de realidade. Na verdade, muita gente diz hoje Tormes. E até nas estradas e na estação de caminho de ferro, ao lado de Santa Cruz do Douro, lá está "Tormes".

26 de outubro de 2008 às 23:53  

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