In memoriam
Por A. M. Galopim de Carvalho
Faleceu no passado Sábado, dia 24 de Janeiro de 2009, aos oitenta e um anos, Fernando Bragança Gil, eborense, Professor Catedrático jubilado, fundador e ex-director do Museu de Ciência da Universidade de Lisboa.
CORRIA O MÊS DE AGOSTO do ano de 1965, estava eu em Évora com um grupo de alunos finalistas de Geologia em trabalhos de cartografia geológica, numa frutuosa colaboração da Faculdade de Ciências de Lisboa com os sempre saudosos Serviços Geológicos de Portugal e a então Junta Distrital de Évora.
A par do nosso trabalho decorria um outro visando a pré-história do Megalítico do concelho, dirigido pelo meu amigo e compadre Henrique Leonor Pina. Como amador que era, o Pina fazia as suas campanhas arqueológicas por conta própria com o suporte da referida Junta Distrital, que assumia o pagamento das jornas da meia dúzia de homens e mulheres que, anos a fio, integraram o seu grupo de trabalho. Trabalhadores rurais, inteligentes e hábeis no terreno, tanto quanto se espera de um aluno universitário em trabalho de estágio, eram alegres e brejeiros no convívio, eles e elas, resistentes ao cansaço, ao sol e ao calor do estio. Numa destas campanhas, o meu conterrâneo e nosso comum amigo, Fernando Bragança Gil, professor catedrático de Física, curioso e amante de todos os saberes e artes, quis acompanhar de perto e, eventualmente, participar numa escavação em curso, na Anta Grande, da Herdade do Zambujeiro, a dez quilómetros da cidade, em Valverde.
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