11.3.09

Contra esta 'estabilidade'

Por Baptista-Bastos
NAS ÚLTIMAS SEMANAS temos ouvido e lido uma palavra que, de repetida, se torna numa fastidiosa obstinação: "estabilidade." Há uma falsa serenidade, uma ilusória mansuetude no bojo desta palavra solitária. Lembrou-me, com as distâncias que a sensatez recomenda, a famosa "paz dos cemitérios", de António Sérgio. A sua utilização sempre me sugeriu, por associação de ideias, algumas frases intranscendentes que, rigorosamente, a explicam e justificam: "tenha paciência", "coma e cale-se", "quietinho no seu cantinh".
Talvez esta modesta reflexão pareça, aos olhos dos meus leitores, arbitrária e até delirante. Não o é. Vejam vocês: o que se nos pede e, subtilmente, se nos propõe é o voto no partido que, segundo os seus trompetistas, garante a calmaria social, a tranquilidade nos espíritos, o sossego nas reclamações. Tem-se visto. Batucam esta tecla com intimidante teimosia. O próprio dr. Cavaco introduziu, no seu habitual e insípido discurso, a palavra obsessivamente repisada, acaso presumindo que ela detém uma irredutível integridade. (...)
Texto integral [aqui]

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1 Comments:

Blogger Manuel Brás said...

I Parte

Os políticos trompetistas
com as suas músicas aberrantes,
não passam de ineptos moralistas
de verborreias delirantes!

A sacrossanta estabilidade
defendida pelo “socialismo” embebedado,
tem dado cabo da civilidade
neste país degradado!

O mexilhão civilizado
condena a estabilidade redutora,
este “socialismo” tem desprezado
a sua matriz directora!

II Parte

Moralmente doente
encontra-se a nossa democracia,
quem está contente
padece de democrática iliteracia.

A mansuetude é ilusória
com esta falsa serenidade,
a arrogância censória
ganha contornos de imbecilidade.

O mexilhão paciente,
sentado no seu cantinho,
não tolera esta política despiciente,
não devendo ficar quietinho!

11 de março de 2009 às 14:01  

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