As Estradas sem Automóveis
HÁ SEMPRE boas razões para um fim-de-semana no interior: uma delas, agora, é observar in loco o estranho espectáculo das novas estradas, largas, bem construídas e vazias.
Estradas sem carros, museus sem visitantes, a demonstração do peso dos grupos de pressão na decisão pública. Pode não haver carros, mas tem de haver obra. Formas pouco imaginativas de desbaratar recursos públicos.
(...)
O plano de emagrecimento do Estado português a que temos assistido, além de insuficiente, lembra uma dieta em que alguém decide reduzir – de forma igualitária - 10% o peso de cada um dos seus órgãos. (...)
Texto integral [aqui]
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«Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia de um coice, pois que já nem com as orelhas é capaz de sacudir as moscas, um povo em catalépsia ambulante, não se lembrando nem de onde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo enfim que eu adoro, porque sofre e é bom ...» Guerra Junqueiro
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