24.6.09

O fado de todos nós

Por Baptista-Bastos

JOSÉ SÓCRATES continua o "animal feroz" que disse ser, ou é o "português suave", agora investido? O comoventíssimo problema tem queimado as meninges dos augustos comentadores da política nacional. Está mais sereno, está mais humilde, está mais modesto e menos arrogante - disse-se e escreveu-se. Há duas semanas que esta gente tem agido segundo os princípios de um pensamento feito de frivolidades e de absurdos; e o próprio primeiro-ministro, tão reservado em assuntos realmente graves, não resistiu à tentação da irresponsabilidade e respondeu-lhes. Não há prova histórica da mudança: "Eu sou o mesmo" e "não mudo de rumo". Parece um fado e, se calhar - "Chorai guitarras, chorai" -, é o nosso próprio e redondo destino.

Estas minudências são o retrato oval de uma democracia de superfície, que nos incita à renúncia de pensar. Eis o que nos sussurram: as coisas são como são, e deixem a política para os políticos. Não é bem assim. Há muitos anos, conversando com o saudoso prof. Pereira de Moura, disse-lhe, a páginas tantas, que não percebia nada de economia. Respondeu-me: "Mas sabe a tua mulher quando vai à praça." (...)

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