26.7.09

Rever para nada

Por António Barreto

ABRIU A ÉPOCA: a partir de agora, é possível rever a Constituição. Mais uma vez. Já apareceram propostas e artigos nos jornais. Mas sobretudo, pontual como sempre, Alberto J. Jardim já disse da sua justiça. Rasgar esta, fazer uma nova. A esse objectivo, aliás recorrente, acrescentou o disparate da proibição das ideologias ou dos partidos que as perfilham. Apesar da energia radical, que por vezes é bem necessária, o que lhe falta de sensatez sobra em estapafúrdia! Tem-se mesmo a impressão de que ele faz todo este alvoroço a fim de simplesmente impedir uma revisão! Entre ele, Paulo Portas e o Bloco de Esquerda, vai haver corrida para ver quem revê antes. Isto é, quem cria mais problemas aos outros.

Era tão bom ter orgulho na Constituição! Entre nós, não parece ser o caso, com excepção de meia dúzia de comunistas, uns tantos socialistas de choque e uns bloquistas fracturantes. (...)

Texto integral [aqui]

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4 Comments:

Blogger Jorge Oliveira said...

O Alberto João é um provocador, mas o problema que ele suscitou pode ter a vantagem de nos levar a retirar da Constituição a proibição de ideologias.

De facto, cada um professa a ideologia que quiser. O que a Constituição deve classificar como proibido é qualquer tentativa de impor uma ideologia (ou uma religião) pela violência ou pela coacção.

A proibição de partidos de ideologia fascista na actual Constituição tem razões históricas que se comprendem. Mas é tempo de corrigir. Sobretudo porque tal proibição criou na cabeça de muita gente a ideia de que existe um confronto entre partidos “maus”, aqueles que professam as ideologias “más” e partidos “bons”, aqueles que professam as ideologias “boas”.

Assim, do lado dos maus estarão os partidos de “direita” e do lado dos bons os partidos de “esquerda”. Tal dicotomia tem sido muito conveniente para os partidos que se sentam à esquerda no hemiclo parlamentar, mas não passa de uma monumental fraude, que os partidos de direita não têm sabido desmontar.

E é urgente que o façam, porque enquanto tal convicção estiver instalada, haverá sempre uns políticos, e não só, que estão convencidos de que lhes basta dizer, sem se rirem, "eu sou de esquerda" para que os outros concluam que eles são boas pessoas que só querem o bem de toda a gente…

26 de julho de 2009 às 15:17  
Blogger Jorge Oliveira said...

Acabo de ler no Diário de Notícias um artigo de Alberto Gonçalves, intitulado "A Lira de Nery" que, de certa forma, constitui um bom exemplo daquilo que acima escrevi acerca da presunção do pessoal de esquerda.

Se o Medina quiser e puder reproduzir o artigo, presta um bom serviço aos seus leitores.

26 de julho de 2009 às 15:32  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

O texto de A.G. que Jorge Oliveira refere pode ser lido em:

http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1317642&seccao=Alberto%20Gon%E7alves&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco

26 de julho de 2009 às 15:36  
Blogger ferreira said...

"acrescentou o disparate da proibição das ideologias ou dos partidos que as perfilham."

Está muito enganado. O "disparate da proibição das ideologias" já lá está nesta Constituição desde sempre e sem alteração.
Que eu saiba é do tempo em que o António Barreto estava em plena actividade política e partidária.

26 de julho de 2009 às 16:22  

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