Desabafos
Por João Paulo Guerra
EM TEMPO DE FÉRIAS, não procurando ou evitando mesmo o estardalhaço da informação política, mas não podendo escapar aos ricochetes de certas notícias, rumores e proclamações, fui atingido por dois desabafos proferidos por grandes actores da cena política, económica e social que me deram que pensar. Disse Pedro Ferraz da Costa que "Portugal não tem dimensão para se roubar tanto". Declarou Henrique Medina Carreira que "Portugal está transformado num grande BPN".
Já deixo de lado a proclamação do primeiro-ministro de que estamos "no princípio do fim da crise" porque, com efeito, estamos isso sim no princípio do fim da legislatura, onde são permitidas todas as liberdades poético-propagandísticas. Como me abstenho em relação à peça oratória do Chefe de Estado sobre a eventualidade deveras original de assessores do Governo andarem a espiar assessores da Presidência. Como já se tinha pronunciado uma primeira e uma segunda vezes, o Chefe de Estado assinalou que falava pela terceira vez, retomando assim a tradição enumeratória, que já vem de muito longe no discurso presidencial português. É esta a terceira vez que visito esta terra... É esta a terceira vez que me pronuncio sobre este assunto.
Mas as palavras de Pedro Ferraz da Costa e de Henrique Medina Carreira pegam-se como ‘post-its' à realidade actual deste país, mergulhado na delinquência financeira, no regabofe e no fartote. Até porque, sendo tais desabafos proferidos lá do alto das cátedras da comunicação mediática, eles casam-se na perfeição com grandes e pequenas histórias de ladroagem, compadrio, clientelismo e corrupção que se contam, para quem as quer ouvir, pelos cantos e recantos deste maravilhoso país. Em férias no país real ouvi cada história...
EM TEMPO DE FÉRIAS, não procurando ou evitando mesmo o estardalhaço da informação política, mas não podendo escapar aos ricochetes de certas notícias, rumores e proclamações, fui atingido por dois desabafos proferidos por grandes actores da cena política, económica e social que me deram que pensar. Disse Pedro Ferraz da Costa que "Portugal não tem dimensão para se roubar tanto". Declarou Henrique Medina Carreira que "Portugal está transformado num grande BPN".
Já deixo de lado a proclamação do primeiro-ministro de que estamos "no princípio do fim da crise" porque, com efeito, estamos isso sim no princípio do fim da legislatura, onde são permitidas todas as liberdades poético-propagandísticas. Como me abstenho em relação à peça oratória do Chefe de Estado sobre a eventualidade deveras original de assessores do Governo andarem a espiar assessores da Presidência. Como já se tinha pronunciado uma primeira e uma segunda vezes, o Chefe de Estado assinalou que falava pela terceira vez, retomando assim a tradição enumeratória, que já vem de muito longe no discurso presidencial português. É esta a terceira vez que visito esta terra... É esta a terceira vez que me pronuncio sobre este assunto.
Mas as palavras de Pedro Ferraz da Costa e de Henrique Medina Carreira pegam-se como ‘post-its' à realidade actual deste país, mergulhado na delinquência financeira, no regabofe e no fartote. Até porque, sendo tais desabafos proferidos lá do alto das cátedras da comunicação mediática, eles casam-se na perfeição com grandes e pequenas histórias de ladroagem, compadrio, clientelismo e corrupção que se contam, para quem as quer ouvir, pelos cantos e recantos deste maravilhoso país. Em férias no país real ouvi cada história...
«DE» de 1 de Setembro de 2009
Etiquetas: autor convidado, JPG
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