Escrever para os jornais
Por Maria Filomena Mónica
AS PESSOAS ESCREVEM por uma multiplicidade de razões, fome de celebridade, desejo de vingança, narcisismo, ódio e dinheiro. O último factor é certamente o mais comum. Escritores célebres – Camilo, Dickens, Orwell – colaboraram em jornais como forma de ganhar a vida, mas nenhum foi tão imaginativo quanto Eça, que delineou um enredo, A Batalha do Caia, com o objectivo de chantagear o Ministério dos Negócios Estrangeiros: inventou uma invasão espanhola aceite resignadamente por Portugal. Caso o ministro Andrade Corvo considerasse a ideia explosiva, prontificava-se, mediante uma determinada soma, a não publicar a história. (...)
AS PESSOAS ESCREVEM por uma multiplicidade de razões, fome de celebridade, desejo de vingança, narcisismo, ódio e dinheiro. O último factor é certamente o mais comum. Escritores célebres – Camilo, Dickens, Orwell – colaboraram em jornais como forma de ganhar a vida, mas nenhum foi tão imaginativo quanto Eça, que delineou um enredo, A Batalha do Caia, com o objectivo de chantagear o Ministério dos Negócios Estrangeiros: inventou uma invasão espanhola aceite resignadamente por Portugal. Caso o ministro Andrade Corvo considerasse a ideia explosiva, prontificava-se, mediante uma determinada soma, a não publicar a história. (...)
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Etiquetas: FM
3 Comments:
"... desaconselharam-me o projecto, na base de que uma doutorada em Oxford não podia descer tão baixo. A snobeira, implícita na atitude,ajudou-me a decidir: em sentido contrário"
"Caso o que escrevesse estivesse acima da cultura dos leitores do jornal..."
Se qualquer pessoa que se atreve a escrever e publicitar isto, por qualqer razão que seja, não é uma grande "SNOB": eu vou ali, já venho.
Mas é claro que MFM tem uma evidente costela snob. Mas, sendo tão ostensivamente snob, não pode ser snob, porque os snobs não são ostensivamente snobs. A menos que sejam também hipócritas. Mas MFM não é hipócrita: muito pelo contrário, é desarmantemente sincera. Logo, MFM não é snob. Ou é?
Estou satisfeito com a minha análise: em vez de ser um industrial manhoso, devia ser um psiquiatra conhecido. Snob.
O presidente de hoje também participa de intrigas (plots, os lusos apreciam mais a mundividência americana).
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