22.10.09

Regras claras

Por Joaquim Letria

FALEI DA NOSSA ÚNICA universidade a aparecer, à tangente, entre as melhores 400 do mundo, o que aumentou o movimento da minha caixa postal. Mas se falar aqui do ensino superior pode ser importante, dar atenção ao ensino médio é importantíssimo.

A nossa escola pública melhor classificada, com 50 provas realizadas, chama-se “Aurélia de Sousa” e é do Porto. A sua directora, Delfina Rodrigues, está orgulhosa pelos resultados obtidos num ano difícil de obras e transições.”Não há aprendizagem sem trabalho regular, esforço e disciplina”, lembra esta professora, ao mesmo tempo que garante que “para cumprir a sua função, uma escola tem de ter regras de funcionamento muito claras e apelar ao rigor, o que pode ser feito com firmeza e afabilidade.”

Os pais também reconhecem:”as notas internas são as notas que eles conseguem nos exames, mais coisa, menos coisa. E uma vez na universidade estão muito mais preparados para aprenderem e tirarem os cursos”. Uma aluna recém chegada explica:”Não estava habituada a estudar. Na minha outra escola não era preciso. A gente chorava um bocadinho e davam-nos nota positiva”.

Pois é! Sem alunos aplicados e bons professores nas escolas médias não há universidades que resistam, por mais que nelas se invista.

«24 horas» de 21 de Outubro de 2009

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2 Comments:

Blogger José Batista said...

E desde quando é que uma escola onde se realizaram cinquenta exames pode comparar-se com outras onde se realizaram setecentos ou oitocentos? Santíssimo e diviníssimo!, quanta insustentável leveza... E que dizer daquelas escolas que há meses a inspecção oficial classificou como muito boas e aparecem mal colocadas nos rankigs, apesar de realizarem centenas de exames? Quem se enganou? Ou a quem queremos enganar? Ou porque nos queremos enganar? Ou é apenas um sinal dos tempos: a era em que os professores passaram a ser abjectamente agredidos perante a indiferença (apoio?...) das hierarquias, das instâncias e dos opinadores?

22 de outubro de 2009 às 23:37  
Blogger SLGS said...

Subscrevo totalmente as palavras do José Baptista.
Para que conste: NÃO SOU PROFESSOR!

23 de outubro de 2009 às 16:16  

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