“Sun” deixa cair Brown
Por Joaquim Letria
O “SUN”, O JORNAL MAIS VENDIDO e lido no Reino Unido, que apoiou os trabalhistas nas eleições legislativas de 1997, 2001 e 2005, anunciou ir este ano apoiar o partido conservador. Na primeira página e como ante-título graficamente vigoroso para a manchete “Trabalhistas perdem”, o Sun escreveu:”Após 12 longos anos no poder, este governo perdeu o seu rumo. Hoje, perde também o apoio do “Sun”.
O primeiro-ministro respondeu que “são os eleitores que decidem as eleições e só a sua opinião interessa”. Mas os trabalhistas estão em baixo e Gordon Brown é contestado pelo seu próprio partido. O “Sun” escolheu cuidadosamente o momento para esta declaração, a seguir ao discurso de encerramento da Convenção do partido em que Brown diz “o trabalho dos trabalhistas ainda não acabou”.
Consegue o máximo impacto, tira o brilho a Brown e chama a atenção para si próprio, respeitado e temido tablóide, navio-almirante da poderosa frota de Rupert Murdoch no Reino Unido, a qual, entre outros títulos, inclui “The Times” e os canais de televisão “Sky”.
Bonita de ver esta clareza entre a comunicação social e a política, mesmo quando há alguma promiscuidade. Mas é à vista de toda a gente e sem o Governo se meter nos jornais e TVs. As saudades que às vezes se tem dos anos que ali se viveram com conservadores e trabalhistas...
«24 horas» de 7 de Outubro de 2009O “SUN”, O JORNAL MAIS VENDIDO e lido no Reino Unido, que apoiou os trabalhistas nas eleições legislativas de 1997, 2001 e 2005, anunciou ir este ano apoiar o partido conservador. Na primeira página e como ante-título graficamente vigoroso para a manchete “Trabalhistas perdem”, o Sun escreveu:”Após 12 longos anos no poder, este governo perdeu o seu rumo. Hoje, perde também o apoio do “Sun”.
O primeiro-ministro respondeu que “são os eleitores que decidem as eleições e só a sua opinião interessa”. Mas os trabalhistas estão em baixo e Gordon Brown é contestado pelo seu próprio partido. O “Sun” escolheu cuidadosamente o momento para esta declaração, a seguir ao discurso de encerramento da Convenção do partido em que Brown diz “o trabalho dos trabalhistas ainda não acabou”.
Consegue o máximo impacto, tira o brilho a Brown e chama a atenção para si próprio, respeitado e temido tablóide, navio-almirante da poderosa frota de Rupert Murdoch no Reino Unido, a qual, entre outros títulos, inclui “The Times” e os canais de televisão “Sky”.
Bonita de ver esta clareza entre a comunicação social e a política, mesmo quando há alguma promiscuidade. Mas é à vista de toda a gente e sem o Governo se meter nos jornais e TVs. As saudades que às vezes se tem dos anos que ali se viveram com conservadores e trabalhistas...
Etiquetas: JL
14 Comments:
E ainda dizem que os jornais portugueses sao parciais e controlados pelo governo
Nao vi um escandalo por causa desta declaração...
Também os orgaos de informação podem e devem escolher a sua orientação.
Cabendo depois ao publico escolher se querem seguir ou nao esse orgao de informaçao
No caso em que a orientação do jornal seja francamente «pró-este» ou «anti-aquele», acho bem que isso fique claro.
Mas isso não impede que haja jornais independentes, em que diversas opiniões, mesmo (ou de preferência) opostas, tenham expressão.
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Veja-se, em termos de variedade (e consequente riqueza) de ideias, o que sucedeu com o «DN», de onde afastaram Alfredo Barroso, Joana Amaral Dias, Medeiros Ferreira, Rúben de Carvalho, Jacinto Lucas Pires, etc., ficando António Vitorino, Mário Soares, Nuno Brederode Santos, Fernanda Câncio... etc.
Em Portugal ha a mania de que nao se pode ser de Esquerda nem de Direita
isto no q toca aos orgaos de comunicação.
Até é bom que haja para ver o grau de informação e tambem a sua qualidade.
Nao me choca nada e acho que em Portugal deveria este tipo de lutas...
Quem compra o «Avante!» (ou outro jornal partidário) não vai, propriamente, à procura de notícias imparciais. Nem é esse o objectivo do jornal.
Mas o que acharíamos se o «Expresso», p. ex., decretasse que, para as próximas autárquicas, apoiava este ou aquele?
Mesmo assim, não me chocaria se (da mesma forma que, em termos de religião, a «Rádio Renascença» defende a Igreja Católica) o jornal X declarasse:
«Nas próximas eleições, este jornal apoia o partido Y».
Concluiria, de imediato, que as notícias que possam ser negativas para o partido Y passarão a ser omitidas ou "minimizadas" - e deixaria de comprar o jornal.
Apenas ficaria com umas dúvidas:
E o que sucede aos colaboradores do jornal que têm opiniões opostas?
São afastados? Afastam-se pelo seu próprio pé? Estão autorizados (e com que limitações?) a defender o oposto da "linha do jornal"?
concordo
mas que nao fosse "escandaloso", o expresso ou o publico adoptar posiçoes partidarias
e isso originaria o aparecimento de outras publicaçoes de outras facçoes.
E que nao fizesse correr muita tinta por causa destas posiçoes
Já agora:
Poderá ser interessante ver o que se passa com os blogues, nesse aspecto.
Há alguns, de tal forma comprometidos com partidos, que nem precisam de dizer nada!
Outros, mantêm uma grande variedade de opiniões (frequentemente opostas, entre colaboradores - por vezes motivando amuos, zangas e saídas intempestivas...).
mas foram os blogues que trouxeram esta moda dos orgaos de informaçao "despirem" a cor partidária...
Nao vejo qual o problema.
Faz parte da luta partidaria e de audiencias..
É saudavel e tudo...
Os blogues deram o primeiro passo
é como os jornais e canais de televisao
muitas pessoas estranham o facto da TV Publica ser pro governo.
mas isso acontece em todo o lado. Nada de novo, nem de "exagerado"
Não, não há problema nenhum que o «Abrupto» defenda o PSD, que o «Arrastão» defenda o BE ou que o «31 da Armada» defenda a Monarquia.
Antes pelo contrário: quando quero saber as posições desses partidos (ou movimentos), vou até lá.
No entanto, se em vez de blogues fossem jornais a pagar, já não os compraria. Destes, espero algo mais, nomeadamente opiniões variadas.
Já agora, uma confissão:
O 'post' a seguir a este (o do super-mini-mercado) era para ser acompanhado de um texto alusivo a este assunto dos jornais alinhados (mas que acabei por não escrever).
A ideia era que a foto fosse uma alegoria:
Como a mesma coisa pode ser "mini" ou "super" conforme o ângulo pelo qual é vista...
por isso e que os jornais e orgaos devem assumir tb as suas cores partidarias
Para uns seria Super
para outros Mini e assim ja ficavamos a saber as tendencias
Será preferível um jornal assumir a sua posição político-partidária do que, sem o assumir, ter uma linha editorial de tendência. Assim, sei se quero ou não comprá-lo e lê-lo. Há, como diz o CMR, o problema dos jornalistas, que podem ter opiniões diferentes e não poderem manifestá-las. Apesar de tudo, prefiro um jornal que abra as suas colunas a todas as cores partidárias e cada um "lerá" o que entender.
Há aqui um problema de dimensão:
Um jornal com tiragens de centenas de milhares de exemplares (e há-as, por esse mundo, de milhões!) pode dar-se a luxos que outros não podem.
Vejamos o caso concreto dos matutinos portugueses cujas tiragens têm valores da ordem das dezenas de milhares, e que têm vindo a cair de ano para ano.
Agora imagine-se que, ainda por cima, esses jornais se assumiam como pró-qualquer-partido (ou anti-outro).
O que sucederia às vendas?
Não sei, mas imagino que não subiriam...
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NOTA: «A Capital» experimentou, por cá, essa opção (a propósito do Bush)...
UK no seu melhor, nada a ver com Portugal :-)
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